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Saturno

Chapter 4: A Lua Sabe

Summary:

Foggy foi perfeito. Matt nunca havia imaginado que um dia, aquele garoto sem jeito que conhecera num quarto na faculdade, estaria em sua cama dessa forma. Matt nunca havia sido tão gentil e suave com alguém durante o sexo. Talvez não fosse apenas sexo. O sexo era apenas parte do pacote. Talvez isso fosse amor verdadeiro. Matt amava Foggy Nelson. Isso acabara de se tornar um fato consumado.

Chapter Text

“Eu nunca pensei que ficar com você fosse me fazer me sentir tão inseguro.”

Foggy baixou a cabeça e deu meio sorriso jovial numa tentativa de soar despreocupado. Mas ele estava tenso todo jantar. Matt podia sentir o suor em sua testa, seu coração palpitando e suas mãos frias e húmidas.

Matt o levou num lugar especial dias depois da reunião de bodas dos Nelsons e ele percebeu que o homem loiro não parava de olhar para Matt como se estivesse de frente a um super star de alto escalão.

Matt estendeu a mão e Foggy a pegou com um sorriso, o olhando nos olhos agora. Mesmo de óculos escuros, Matt podia sentir Foggy olhando fundo em seus olhos, em sua alma.

“Você não tem razão para estar...” Ele assegurou e se mexeu na cadeira. “Nos conhecemos a quantos anos?” Matt o incentivou com um sorriso sincero.

“Muitos.” Foggy bufou um sorriso.

“E você tem ideia de quantas vezes eu ouvi... quantas vezes desde a faculdade eu tenho ouvido as pessoas cobiçando você? Dizendo... coisas a respeito de você, sobre seu... corpo, seus olhos, seu sorriso--"

“Sério?” Foggy animou-se, mas seu tom era incrédulo.

É claro que sempre haviam os idiotas, não era possível agradar a todos. Muitas pessoas rejeitavam Matt e o achavam feio e esquisito. Mas no caso de Foggy, tanto seu carisma, quando atributos físicos chamavam atenção tanto de homens como de muitas mulheres. E esse foi um dos motivos que fez Matt se sentir curioso sobre como o homem se parecia e tocar seu rosto pela primeira vez.

“Sim. Bem... eu ainda ouço--"

Foggy revirou os olhos e Matt continuou.

“Eu... um dia...” Matt corou. Foggy estava presenciando Matt Murdock, o Demolidor corando na frente dele e isso era fantástico.

Isso arrancou um sorriso sincero do homem loiro que se inclinou em silêncio para ouvir atentamente, e Matt amava quando a atenção de Foggy era totalmente voltada a ele, somente para ele.

“Eu ouvi um grupo de pessoas em L&Z falando sobre como você cheira bem, é sexy e educado. Adorável e...” Ele lambeu os lábios.

“E?” Foggy incentivou Matt a continuar, divertido e verdadeiramente curioso.

“Gostoso.” Matt revelou simplesmente.

“De jeito nenhum!” Foggy deu uma gargalhada.

“Algumas vezes, você pensava que as pessoas nos lugares estavam olhando para mim, quando na verdade, eles estavam olhando para você. E eu não podia te dizer isso na época por causa dos sentidos.”

“Oh.” Foggy corou dessa vez.

“E haviam os comentários na faculdade sobre você ser bom, você sabe...” Matt gesticulou ao ar.

“Sim, sim. Não preciso mais saber desses detalhes. Sou um homem totalmente crescido, Murdock.”  Foggy ergueu a mão olhando ao redor. Não é como se ele não soubesse isso. Ele só não se sentia à vontade para trazer esse assunto à tona com Matt por enquanto. Todas as garotas o adoravam e apreciavam como elas o faziam se sentir na cama. E os caras nunca reclamaram de seus boquetes e punhetas, mas quando as coisas esquentavam, ele sempre dava um jeito de escapar.

Ainda assim.

“Ainda assim eu me sinto imensuravelmente sortudo.” Ele apertou a mão de Matt.

“Não mais do que eu.” Matt apertou a mão de Foggy de volta.

Foggy ainda se demorou encarando o homem ruivo. Aquele rosto iluminado por duas velas que estavam na mesa ao lado de uma garrafa de vinho. Os óculos carmesins diabolicamente serenos e convidativos. O sorriso com dentes perfeitamente brancos e alinhados sorrindo ali, para ele.

“Eu te amo.” Foggy disse suavemente e no campo de visão dos sentidos de Matt, a aura dele brilhava em um tom de azul e dourado, divino e tão calmante. Talvez era assim que um anjo se parecia.

Aquela foi a primeira vez que ele disse isso em voz alta para Matt. Matt ouviu um coração batendo ensurdecedoramente forte, alto demais, abafando os sons ao redor.

Era seu próprio coração que parecia que ia arrebentar seu peito e cair ao chão. Ele ficou de boca aberta ao sentir como o coração de Foggy era estável, calmo como um rio cristalino. Era uma verdade simples e pura e aquele homem corajoso a entregou para Matt sem esperar nada em troca. Ele acabara de entregar a Matt sua joia, seu bem mais precioso; seu coração. E Matt simplesmente não sabia o que fazer com aquele tesouro. Ele nunca tivera oportunidade de se apossar de algo tão imensuravelmente estimado e raro assim.

“Eu- eu entendo você não sentir o mesmo...de verdade.” Foggy disse quando o tempo se estendeu em silencio e seu coração anda era estável, embora ele tinha se sentido desconfortável com o desconforto do momento. Ele simplesmente não esperava retribuição de Matt. Ele estava satisfeito apenas em estar ali, ao lado do homem que ele amava e que apenas sentia consideração, afeto e carinho por ele.

E Matt, Matt não sabia o que fazer com aquele sentimento. Paralisado, ele não sabia o que fazer com o seu próprio coração que batia uma batida nova como uma música lírica tocada por um coral de anjos. Ele nunca havia sentido nada assim antes.

Diga que também o ama, diga que sem ele sua vida não tem sentido. Diga que aquela época em que ele partiu, foi o seu inferno e que nada fazia sentido. Sua vida não faz sentido sem ele. Diga que ele é seu sol, seu ar... diga algo, apenas diga, diga a ele seu idiota!

“Eu--" Matt balbuciou. “Vinho?”

“É claro.” Foggy sorriu docemente e estendeu a taça para Matt derramar o líquido cor púrpura.

 

“Eu te amo.”

Matt lamentou como se dizendo isso, ia compensar todo o tempo perdido. Ele ouviu um leve gemido do fundo da garganta do homem na cama. Talvez fosse bom chamar um médico para avaliar ele. O rosto de Foggy amassou em dor.

Tateando na cama, Matt achou o botão para chamar alguém.

Inclinando a cabeça, Matt tentou ouvir mais além dos sons irritantes de bips. Matt tocou com as pontas dos dedos o peito do homem.

Foggy estava muito machucado internamente. Ele realmente teve sorte em estar vivo e estável.

O homem gemeu virando a cabeça mais um pouco e Matt tocou mais uma vez o botão para chamar alguém para ver ele.

 

“Cara...” Foggy bocejou e colocou as chaves na mesa de entrada do apartamento de cobertura de Matt. “Eu não deveria ter comido tanto. Da próxima vez me pare quando perceber que eu estou exagerando. Você sabe, nós Nelsons nunca sabemos quando parar de comer.”

“Bobagem.” Matt se dirigiu ao quarto enquanto tirava o terno. Eu acho que você está exagerando agora. Você pode comer o quanto quiser, enquanto estivermos juntos.”

Foggy o seguiu e começou a se despir.

Amanhã seria domingo, eles poderiam ficar na cama até tarde. Bem, não necessariamente. Matt costumava ir à igreja aos domingos pela manhã. Foggy prometera que um dia iria com ele. Um dia. Mas não amanhã. Ele só queria dormir o dia todo amanhã.

Eles se deitaram de frente a frente e Foggy sorriu para Matt.

“Ei.”

“Ei.” Matt respondeu de volta.

“Nada de Demolidores hoje à noite?” Ele puxou Matt para perto.

“A única aventura que quero ter é com você.”

Foggy gargalhou do galanteio de Matt que se aproximou e o beijou.

Eles se beijaram e a mão de Foggy tateou até as boxes de Matt.

O homem já estava meio duro.

Matt fez o mesmo, porém sua mão invadiu o cós da box de Foggy, encontrando seu membro aveludado. Ele roçou com toques de pluma apenas com as ponta dos dedos, provocando.

Foggy deixou escapar um gemido na boca de Matt e Matt tomou aquilo como incentivo para intensificar as carícias.

Essa seria mais uma noite de toques e beijos como dois adolescentes se descobrindo. E embora Matt sentisse saudades de sexo no sentido pleno da palavra, ele estava começando a gostar de estar apenas assim com Foggy. Tinha algo de puro e fantástico e excitante em ir com calma, se descobrir, saber o que cada um gostava. Os tipos de toques e carícias que os faziam se excitar mais ou menos. Descobrir seus corpos juntos. Isso, Matt nunca teve com mais ninguém.

 

“Vou chamar um médico para ver ele.” A enfermeira informou Matt assim que verificou Foggy se retirou.

“Mas, mas ele está bem? Matt perguntou com urgência, a seguindo.

“Ele só está acordando. Nesse estágio, é comum começar a se dar conta das lesões.”

Foggy gemeu novamente, virando rosto.

Matt se abaixou o e beijou a testa do homem.

“Vai ficar tudo bem. Estou aqui. Estou aqui.” Matt sussurrava no ouvido de Foggy.

Foggy gemeu novamente. Ele definitivamente estava com dor.

Matt odiava ser o motivo pelo qual Foggy sentia dor.

 

Eles se beijavam e se tocavam nus, ambos quadris golpeando o ar inutilmente. Ambos sabiam que precisavam.

Matt, no entanto, tinha medo de trazer isso à tona e soar como quem apenas quer sexo, uma vez que ele descobrira com Foggy, que sexo era secundário comparado ao que eles tinham.

Foggy, embora adorasse e ansiasse sexo no sentido pleno da palavra, sempre soube seus limites.

Aquele homem, sempre fora mais corajoso que o próprio homem sem medo.

“Porra, Matty eu... Foggy engoliu enquanto Matt mordia o queixo dele. “Eu quero...” Ele respirou. “Por favor, eu quero sentir você dentro de mim.”

“Você tem certeza?” Matt perguntou embriagado com a antecipação, beijando a extensão do rosto de Foggy, em todos os lugares que ele podia alcançar e afastando os cabelos que já cobriam metade de seu rosto.

“Sim, porra, cem por cento. Eu não, não aguento mais.” Foggy se contorceu.

Matt continuou beijando e tocando Foggy desesperadamente. Ele não queria deixar Foggy um segundo então, relutantemente, Foggy se libertou de Matt, e alcançou a gaveta tirando um tubo de lubrificante.

Estava acontecendo. Finalmente estava acontecendo o que ambos tanto queriam.

Foggy finalmente não apenas queria, mas estava disposto. O coração dele soava como um tambor de guerra.

Matt ia ser gentil e suave, afinal, aquela seria a primeira vez de Foggy. E deles juntos. E Matt se sentia honrado, premiado e indigno.

Matt faria ser especial.

 

Aquele definitivamente era o som das batidas de um coração que estava despertando.

Matt, ao mesmo tempo que estava otimista, se sentia apavorado. Tantos “e se”s permeando sua mente.

Quanto mais os minutos passavam, mais o coração de Foggy batia rápido e alto e assustado. Suas pálpebras se mexiam pelo quarto como que procurando por algo.

“Vamos diminuir os sedativos pouco a pouco.” O médico, um homem de terceira idade, alto e pesado informou a Matt assim que ajustou o intravenoso na mão de Foggy. “Nos chame quando ele acordar.”

O homem tocou o ombro de Matt e se retirou.

O coração de Foggy finalmente se estabilizou e Matt pode respirar aliviado.

Ele odiava ver Foggy sentindo dor.

 

“Me avise se doer e eu paro.”

Matt disse enquanto tinha a ponta do dedo indicador dentro de Foggy. Sentido o homem pulsando ao redor.

“Si- sim.” Foggy respirou.

Matt empurrou lentamente e sentiu o homem se contorcer e engatar uma respiração.

“Você está indo tão bem, querido. Tão bem.” Matt massageou a panturrilha de Foggy.

Ele puxou o dedo lentamente e repetiu o processo o mais delicado e suave possível.

“Ma- Matty” Foggy gemeu.

Matt congelou.

“Você quer que eu pare?”

“N-naõ é só que... isso é muito bom.”

Respirando aliviado Matt sorriu e beijou a virilha de Foggy e sorriu.

“Preparado para mais?”

“Mais do que preparado.” Foggy se apoiou nos cotovelos, encarando Matt.

Alcançando o tubo de lubrificante, Matt despejou uma bela quantidade em sua mão, ao mesmo tempo que massageava a e extensão da perna de Foggy, toques reconfortantes e suaves.

Lentamente, Matt empurrou dois dedos e sentiu Foggy jogar a cabeça no travesseiro. Engolindo pesadamente e respiração engatando.

Ele dobrou os dedos, tocando na próstata do homem que gemeu alto e riu, inebriado de prazer. E Matt amava ser o causador dessas sensações naquele homem especial.

Se arrastando pelo colchão, Matt alcançou a boca de Foggy e calou seu gemido com um beijo longo e cheio de língua, mas de modo algum ele parou de emburrar e deslizar para fora os dedos.

“Porra Matt. Isso ... oh...” Foggy gemia.  “...por favor... Matty.”

“Sim.” Matt beijou Foggy, empurrando uma perna dele mais alto, para enganchar em seus quadris e tesourando a entrada do homem com dois dedos.

“Matty. Eu quero você, por favor.”

Foggy gemia.

“Eu estou aqui, querido.”

“Eu quero agora...” Foggy choramingou virando a cabeça de um lado a outro e Matt não conseguiu conter um sorriso afeiçoado.

“Vamos com calma.” Matt beijou Foggy, mas não conseguiu obter resposta no beijo. Foggy já estava totalmente em êxtase, entorpecido por antecipação. Seu pênis duro, rosado pendia em seu estômago e ele já estava quase pronto. Quase.

Matt não ia ser o motivo pelo qual ele ia sentir dor.

 

“Matt?”

Anna entrou no quarto e se deparou com Matt segurando a mão de Foggy e rezando baixinho.

“Desculpe, não quis interromper.” Ela disse e se sentou, esperando Matt terminar sua prece.

Despois que colocou a mão de Foggy gentilmente em cima de seu peito, Matt beijou a testa dele e se sentou numa cadeira ao lado de Anna.

“Como ele está?” Ela perguntou finalmente.

Matt tomou uma longa respiração.

“O médico disse que ele está acordando. Estão tirando os sedativos...” Ele inclinou a cabeça, girando o pescoço.

Anna o analisou.

“Va para casa, descanse um pouco e tome um banho. Eu te ligo qualquer coisa.”

Matt balançou a cabeça apenas.

“Eu vou ficar.”

Anna plantou a mão em cima da dele e isso fez com que ele levasse um pequeno susto. Ele realmente estava exausto.

“Ele precisa de mim. Eu...” Matt respirou (“eu não posso deixar ele sozinho de novo, nunca mais vou deixar ele sozinho...” Matt não disse.)

“Ele vai precisar que você esteja bem. Por favor? Ele vai querer ver o marido limpo e arrumado como sempre. Se ele te ver assim quando acordar, ele vai achar que a situação dele é pior do que parece.”

Bem, ela tinha um ponto. Matt pensou por um momento. Foggy odiava ver Matt esfarrapado, cansado e destruído.

Matt se levantou, suas juntas doendo.

“Por favor, me ligue caso... apenas me ligue”

“Apenas vá. Quanto mais rápido você for, mais cedo você volta.” Ela riu e se levantou para perto de Foggy

 

A pedido de Foggy, Matt não usou camisinha. Ele jamais negaria nada aquele homem, e ele estava mais que disposto a isso.

Era natural empurrar para dentro. Era como casa, como se ele já tivesse feito isso com Foggy desde uma eternidade. Eles se pertenciam desde outras vidas.

Foggy gemeu e suas mão arranharam as costas de Matt.

Devagar, Matt puxou para fora e depois para dentro, estabelecendo um ritmo monótono no começo.

“Você está indo bem. Tão bem. Você é tão bom.”

Matt dizia na clavícula de Foggy.

O homem embaixo dele estava perdido em sensações, sentindo Matt de todas as formas. Sentindo o coração de Matt batendo em seu peito, através de sua pele. Devia ser assim que Matt se sentia. Ele sentia a pulsação de Matt dentro dele, e o coração de Matt em sua caixa torácica

Foggy puxou Matt para mais perto. Seus lábios no ouvido de Matt e repetia em sussurros: “eu te amo, eu te amo tanto, tanto, tanto...”

Havia os aromas de sexo, inconfundíveis no quarto. A luz da lua iluminando de azuis corpos nus e Matt podia ver e sentir Foggy, seu Foggy ali, agarrado a ele. Seu aroma de corpo suado e frescor de um shampoo que Matt comprou para ele. Creme para mãos, colônia e cheiro fresco de roupa limpa. Pré sêmen, e lubrificante e sal.

Sal de lágrimas que derramavam, não pela dor, mas pela emoção de um amor que doía. Um amor que Foggy pensava, nunca ser correspondido na mesma medida. Um amor descompensado, mas que ele estava cem por cento bem com isso.

Perdendo o ritmo, Matt começou a atingir o ponto dentro de Foggy, arrancando gemidos no mesmo ritmo das estocadas. A cama balançando à medida que o clímax se intensificava.

Com um grito abafado na jugular de Foggy, Matt gozou dentro dele.

Lhe restava poucas forças, mas ainda assim, Matt continuava empurrando, e saindo lentamente quando Foggy gozou logo em seguida com um gemido, apertando ao redor de Matt que ainda derramava dentro dele.

 

Cada minuto era precioso, e crucial

Matt correu para o quarto, a procura de um carregador de celular sobressalente.

Ele ia deixar o celular carregando enquanto tomava banho.

Ele não tinha fome de qualquer maneia então ele pensou exatamente nas duas coisas a fazer assim que chegasse em casa: Tomar banho e voltar para Foggy.

Abrindo a gaveta do criado, Matt achou a pasta que Foggy guardou ali com tanto carinho. Ele lia cautelosamente todas as cláusulas, todos os dias. Ele contava para Matt, com um sorriso no rosto, cada detalhe, mesmo sabendo que Matt tinha sua própria cópia em braile.

E Matt amava como Foggy deixava tudo mais iluminado, cheio de vida e esperança. Foggy transformou sua vida e algo bom. E agora, Foggy estava disposto a pegar na mão de Matt para ambos darem um passo extremamente importante.

Encarando a pasta, sem realmente a ver, Matt apenas podia sentir um vazio e se perder na memória de poucas noites atrás.

O acidente de Foggy, a desconfiança da família, o tempo que Foggy se recuperaria... tudo isso iam adiar, ou possivelmente cancelar os planos da adoção e de uma barriga de aluguel. O sonho de formar uma família grande cheia de alegria, assim como Foggy amava e assim como Matt tanto merecia e ansiava.

Matt respirou aguado e guardou a pasta no lugar, fechando a gaveta.

 

Traçando padrões nas costas de Matt, Foggy sorriu realizado, satisfeito e relaxado depois do coito.

“Ei... você dormiu?” Ele disse suavemente.

“Não, eu, só estava ouvindo seu coração.” Matt respondeu.

“E como soa?” Foggy escovou os cabelos ruivos de Matt com os dedos.

A noite havia se tornado madrugada, e Matt puxou o edredom sobre seus copos nus. O banho ia ficar para depois.

Foggy foi perfeito. Matt nunca havia imaginado que um dia, aquele garoto sem jeito que conhecera num quarto na faculdade, estaria em sua cama dessa forma. Matt nunca havia sido tão gentil e suave com alguém durante o sexo. Talvez não fosse apenas sexo. O sexo era apenas parte do pacote. Talvez isso fosse amor verdadeiro. Matt amava Foggy Nelson. Isso acabara de se tornar um fato consumado.

Matt respirou, inalando o aroma de Foggy.

“Soa como meu.”

Foggy beijou o tipo da cabeça de Matt e olhou pela janela. A lua sabia que Matt o amava. E isso era o suficiente.