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A Última Missão de um Renegado

Summary:

Boruto perdeu tudo! Seu lar, sua família, seu mestre. Perseguido como um traidor, se vê diante de um destino cruel: sua existência se esvaindo, enquanto Momoshiki aguarda nas sombras, pronto para reivindicar seu corpo. Mas e se a salvação não estivesse no futuro… e sim no passado?

Com o tempo como seu maior inimigo, Boruto aposta no último recurso e desperta em uma Konoha que não o conhece. Ferido e desconfiado, ele encara Minato Namikaze, o homem que um dia chamaria de avô, e Kushina Uzumaki, cuja força e ternura ecoam em seu próprio sangue, sem que eles saibam que o sangue deles corre em suas veias. No início, há desconfiança, mas conforme o tempo avança, ele encontra nos dois um sentimento que há muito lhe foi negado, o calor de uma família..

Notes:

Oieee! Sou a Thakumira, e essa é minha primeira vez escrevendo uma fanfic, então estou um pouco nervosa kkk. Decidi juntar duas coisas que amo: viagem no tempo e Boruto. Sempre sonhei com o Borutin conhecendo a Kushina e o Minato, então fiz esse milagre acontecer!

Os capítulos são longos porque é um estilo que gosto. Tentei diminuir, mas senti que precisava desenvolver a história direitinho. Para quem curte capítulos mais extensos, aproveite kkkkk.

A história se passa dois anos após a Onipotência. O Boruto tem 14 anos, enquanto Kushina e Minato têm 21.

Se quiserem deixar comentários, vou amar ler! E acho que é isso kkk.
Aproveitem a fic, fiz com muito carinho :)

Chapter 1: Renegado das Sombras

Chapter Text

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A chuva caía em pancadas ferozes, encharcando suas roupas rasgadas e misturando-se ao sangue seco em sua pele.

A floresta ao seu redor estava mergulhada na penumbra, sombras oscilando a cada relâmpago que cortava o céu. O trovão rugiu ao longe, ecoando como um aviso sombrio. Cada folha molhada que Boruto pisava afundava na lama, mas ele continuava, ignorando o frio que queimava sua pele e o peso da fome que corroía seu estômago.

Boruto Uzumaki não lembrava a última vez que sentira paz.

Seu corpo tremia pelo cansaço que nunca parecia ter fim. Cada passo era pesado, como se correntes invisíveis o puxasse para baixo, sussurrando para que desistisse. Mas ele não podia. Mesmo que sua alma estivesse dilacerada, mesmo que cada memória fosse uma lâmina cravada em sua mente, ele precisava seguir em frente.

A solidão o consumia como uma fera faminta. Ele perdeu tudo.

Naruto e Hinata estavam selados em algum lugar inalcançável. Seu mestre havia se sacrificado, lutando até o último instante para protegê-lo. E agora, o mundo inteiro o via como um traidor, um inimigo que precisava ser eliminado.

Ele não chorava mais. As lágrimas já não tinham significado.

Mas, no fundo, uma voz dentro dele gritava. Um desejo desesperado de acordar daquele pesadelo, de voltar para casa, de sentir o calor da família mais uma vez. Só que ele sabia a verdade — não havia mais lar para onde voltar . Konoha queria sua cabeça. Kawaki estava em seu lugar. Sua irmã nem se lembrava de quem ele era. O passado estava morto.

E o futuro...?

O futuro era um abismo escuro e incerto.

Ele já não sabia há quantos dias estava fugindo. O tempo havia perdido o significado. As noites se misturavam aos dias, e a única coisa que o mantinha em movimento era a certeza de que, se parasse, seria encontrado.

Eles estavam atrás dele. Os caçadores de Konoha. A ANBU. Os traidores que um dia foram seus aliados.

E Kawaki.

Boruto não precisava vê-los para saber que estavam se aproximando. Desde que se tornou um fugitivo, ele sentia a pressão constante da perseguição. Seus antigos companheiros, aqueles que cresceram ao seu lado, agora o queriam morto. Ele tentava não pensar neles. Não pensar no rosto de Sarada, na expressão raivosa de Mitsuki, na decepção nos olhos de Shikadai.

Eles nunca entenderiam.

Para eles, era apenas um traidor. E não podia colocar em risco a única pessoa que ainda estava ao seu lado. Prometeu ao seu mestre que a protegeria. Que manteria Sarada em segurança.

O aperto em seu peito se intensificou. Boruto ergueu os olhos para o céu tempestuoso e perguntou, pela milésima vez, se havia outro caminho. Se poderia ter feito algo diferente. Se ainda existia uma chance de consertar tudo.

Mas ele sabia a resposta. A Onipotência não podia ser desfeita. Não havia mais volta.

Seus dedos tocaram a bandana de Sasuke, guardada em seu bolso, o tecido marcado pelo risco que simbolizava um shinobi renegado. Mesmo desgastada e suja, aquela bandana ainda carregava um peso imenso. Um lembrete do sacrifício de seu mestre. Da promessa que fez.

Ele apertou os punhos, tentando silenciar o vazio em seu peito. Mas não era apenas o mundo que tentava destruí-lo. Momoshiki ainda estava lá, sussurrando em sua mente, esperando o momento certo para tomar controle de seu corpo. A cada dia, sua influência crescia. A cada dia, Boruto sentia que desaparecia um pouco mais.

Ele precisava de um milagre.

Talvez as ruínas do Clã Uzumaki tivessem a resposta. Talvez houvesse um selo capaz de salvar o que restava dele. Ou talvez... fosse apenas mais uma ilusão, uma esperança vazia em um mundo que já o abandonou.

A verdade é que ele não sabia mais se queria continuar lutando. Mas algo dentro dele se recusava a cair. Se o mundo queria que ele fosse um renegado, então ele seria. Se precisava carregar esse fardo sozinho, ele o faria.

Mas ele não deixaria Momoshiki vencer.

Ele respirou fundo e seguiu adiante, ignorando o peso da exaustão. Se houvesse algo no mundo que pudesse ajudá-lo, estaria nas ruínas esquecidas de seus ancestrais.

E ele as encontraria. Não importava o preço.

Porque, no fim das contas, não havia mais nada a perder.

 

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Naquele fim de tarde, após um longo treino, Naruto e Boruto descansavam sob a sombra de uma árvore no campo de treinamento. O vento soprava suavemente, fazendo as folhas sussurrarem uma melodia tranquila. O céu, tingido pelos tons alaranjados do pôr do sol, refletia um momento raro de serenidade entre pai e filho.

Naruto respirou fundo, observando o horizonte com um olhar distante. O cansaço do treino parecia leve comparado ao peso das memórias que carregava. Foi ali, sob o dourado do entardecer, com a brisa refrescante aliviando o suor e a terra sob suas mãos, que ele decidiu contar a Boruto uma parte de sua história que nunca havia compartilhado antes.

“Demorou muitos anos até que eu entendesse de onde realmente vim.”

Naruto havia crescido sozinho, sem conhecer nada sobre sua família. Seu primeiro vislumbre de suas origens veio através de Jiraiya, que mencionou vagamente sua mãe, Kushina Uzumaki, como uma kunoichi feroz de Konoha. Mais tarde, através de suas batalhas e encontros com figuras do passado, ele finalmente pode ter seu desejo atendido.

“Minha mãe veio de um lugar chamado Uzushiogakure, a vila oculta no Redemoinho. Era o lar do nosso clã, um clã que, por muito tempo, foi considerado um dos mais poderosos por causa de suas técnicas de selamento.”

Foi só depois de se tornar Hokage, quando teve acesso aos antigos pergaminhos e arquivos da vila, que Naruto compreendeu melhor a grandeza e a tragédia dos Uzumaki.

“Nosso clã era temido e respeitado. Suas habilidades de selamento eram tão poderosas que outras nações começaram a vê-los como uma ameaça. Foi por isso que Uzushio foi destruída… Eles foram caçados até a extinção.”

Boruto ouvia atentamente, mas o que mais o marcou naquela conversa foi a maneira como Naruto falava sobre seus pais. Ele contou como conheceu seu pai, Minato Namikaze, e sua mãe, Kushina Uzumaki—um encontro breve, mas que marcou sua vida para sempre.

"Minha mãe... ela me amava mais do que qualquer coisa. Eu só pude vê-la por um instante, mas foi o suficiente para sentir o quanto ela queria estar ao meu lado.”

Ele contou como seus pais salvaram Konoha no dia em que ele nasceu. Como Minato e Kushina lutaram até o último momento para proteger a vila e o filho que mal haviam conhecido. Como ambos deram suas vidas para selar a Raposa de Nove Caudas dentro dele.

“Eu era apenas um bebê quando aconteceu, mas aquele momento mudou tudo. Meu pai, o Quarto Hokage, não só selou a Kurama em mim como também dividiu sua essência em duas metades para que a vila tivesse uma chance de sobreviver. E minha mãe… ela usou suas últimas forças para garantir que eu tivesse um futuro.”

Naruto fez uma pausa, como se aquela lembrança ainda pesasse sobre ele.

“Eu cresci sem conhecer o amor dos meus pais, mas naquele momento… mesmo por um instante, eu senti.”

Naruto falava sobre os Uzumaki como um clã lendário, mas ele mesmo nunca aprendeu suas técnicas. Seu pai tinha o sangue deles, mas não herdou os conhecimentos dos selamentos.

"Eu nunca aprendi os jutsus de selamento do nosso clã, mas sei que eles eram incrivelmente poderosos. Dizem que os Uzumaki podiam selar qualquer coisa… até mesmo coisas além deste mundo."

Aquela história ficou gravada na mente de Boruto. Naquele momento, as palavras de Naruto o tocaram profundamente, e ele sentiu uma admiração silenciosa pelo pai e pelos sacrifícios de sua família. No entanto, ele nunca imaginou que aquilo teria um impacto maior em sua vida. Para Boruto, eram memórias valiosas, mas distantes—fragmentos do passado que ele respeitava, mas que não pareciam ter conexão com o seu próprio destino.

Nunca imaginou que um dia precisaria desse conhecimento desesperadamente.

Agora, com Momoshiki enraizado dentro de si, ele percebia a importância daquela conversa. Seu pai pode não ter aprendido os segredos do clã, mas talvez, em algum lugar, ainda restasse um fragmento desse poder.

E esse fragmento poderia ser sua única esperança.