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Language:
Português brasileiro
Stats:
Published:
2025-08-26
Completed:
2025-09-21
Words:
42,822
Chapters:
27/27
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132
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329
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10,630

A Lady de Pedra do Dragão

Chapter 25: Capítulo 24

Notes:

Alto valiriano em itálico

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Ano 134d.C 

Pedra do Dragão

 

Por sorte, Rhaenys estava na ilha para passar tempo com os netos. Rhaenyra mandou um criado chamá-la imediatamente. Pouco depois, a Rainha Que Nunca Foi entrou na sala de estar, onde a mesa ainda estava posta com chás e bolos intocados. Daemon e Rhaenyra permaneciam em silêncio, pesados pelo impacto da notícia.

Com exceção da visita do pai à ilha, Rhaenyra não falava com Viserys desde que fora afastada como herdeira do Trono. A verdade é que aquele homem era o responsável pela morte de sua mãe; fora ele quem a elevara ao maior status que uma mulher em Westeros poderia sonhar, e também quem a derrubara de forma humilhante e dolorosa.

Mas no fundo, parte dela lamentava. Lembrava-se do pai de sua infância: o homem sorridente que a enchia de presentes e elogios, que a deixava sentar no colo durante as reuniões do Pequeno Conselho. Talvez esse homem tivesse morrido há muito tempo — ou talvez nunca tivesse existido de verdade.

Para Daemon, o sentimento era ainda mais complicado. Recordava o irmão quando jovem: fraco, sim, mas de bom coração, curioso, interessado nos livros sobre a Antiga Valíria. Recordava também as lições de Baelon, que repetia aos filhos que irmãos deviam sempre se apoiar, como Baelon e Aemon se apoiaram até o fim.

Foi essa lição que sustentou a lealdade de Daemon a Viserys mesmo quando os defeitos do rei se tornaram impossíveis de ignorar. Ele sabia que o irmão era fraco, por isso passou a agir de forma agressiva, impulsiva, quase insensata, para compensar e evitar que a Casa Targaryen parecesse vulnerável. Mesmo quando Viserys dava mais ouvidos a Otto Hightower que a ele. Mesmo quando o exilava. Sempre ia embora, mas sempre voltava.

Porque era isso que Baelon lhe ensinara: irmãos permanecem juntos.

Mas Rhaenyra mudara isso. O amor que sentia por ela superava a responsabilidade que carregava por Viserys.

Agora que o rei se fora, o que restava em Daemon era apenas resignação. Esse fora o destino que Viserys escolhera: definhar cercado de cobras.

Assim que Rhaenys chegou, Daemon lhe deu a notícia. Os olhos dela arregalaram-se, e ela logo cruzou a sala para sentar-se ao lado de Rhaenyra.

Ābrazȳrys, você está bem? Está calada há muito tempo — disse Daemon, com certa preocupação. 

Eu estou bem, só... pensativa, minha mente tem estado distante desde de manhã, é como se eu soubesse que algo aconteceu.

Rhaenys inclinou-se para frente.

— Mais importante, Valonqranna, o que vai fazer agora?

Rhaenyra voltou o olhar para a janela. Os sons das crianças brincando no pátio chegavam até ela, acalmando-lhe o coração.

— Nada. Não faremos nada. Se a Coroa decidir fazer algo contra nós, vamos nos defender, mas até lá...

— É melhor estarmos preparados ao menos para essa possibilidade — acrescentou Daemon.

— Uma guerra conosco seria suicídio — disse Rhaenys. — Temos quatro dragões prontos para lutar na ilha. Se Laena e Laenor vierem, serão seis.

— E se eles conseguirem escorpiões? — Daemon retrucou. — Tentaram antes.

— Eu não quero guerra — insistiu Rhaenyra. — Há crianças nesta ilha. Um futuro que precisamos proteger.

— Não começaremos nada. Mas, se começarem contra nós, teremos de responder. — A voz de Daemon soava dura, inflexível.

Rhaenyra suspirou, exausta.

— Você é o especialista. O que sugere?

— Patrulhas navais no perímetro. Talvez também patrulhas aéreas, alternadas entre mim, Rhaenys e Aenar.

— Aenar? — Rhaenyra protestou de imediato.

— Ele tem dezesseis anos, é um adulto. Tinha sua idade quando se tornou Lady de Pedra do Dragão. Ele foi treinado por mim, e é um cavaleiro de dragão excepcional. — O tom de Daemon não admitia dúvidas. — Também quero começar a treinar nossos dragões para desviar de escorpiões.

Rhaenys arqueou uma sobrancelha.

— E como, pelas Quatorze Chamas, pretende fazer isso?

— Com flechas comuns. Não ferem o dragão, mas podem ensiná-lo a se esquivar.

— E podem ferir o montador — advertiu Rhaenys.

— Se não quiser, não treine. Eu e Caraxes faremos.

— Basta — interrompeu Rhaenyra, firme. — Se quiser, o faça. Mas não envolva as crianças. E assegure-se de que notícias sobre esses treinos não saiam desta ilha. Se Porto Real ou Dorne ouvirem, tomarão como desafio, como se estivéssemos nos preparando para guerra.

— O dilema de segurança — Rhaenys assentiu, entendendo o ponto da princesa mais nova.

— Dilema de segurança? — perguntou Daemon

— Imagine o seguinte cenário: Você vê que seu vizinho está comprando muitas espadas e escudos, ele pode estar só querendo se defender ou pode estar querendo te atacar, mas não tem como você saber. Na dúvida, você começa a se armar também. O vizinho vê você se armando e começa a comprar ainda mais armas, pois ele também não sabe se você está se armando para atacá-lo. É um ciclo que aumenta as tensões e pode gerar um conflito que nenhuma das partes queria.

— Entendi. Isso acontece o tempo todo nas Cidades Livres — disse Daemon. Voltou-se então para a esposa. — Garantirei que todas as nossas movimentações permaneçam em segredo.

Rhaenyra sorriu de leve, aceitando. Levantou-se devagar.

— Então está decidido. Agora, quero estar com meus filhos.

 


 

Porto Real

 

A morte de Viserys encheu a Fortaleza Vermelha de silêncio pesado. O corpo do rei foi colocado em uma pira no pátio da Fortaleza, cercado por nobres, septões e pela nobreza da corte. Mas, quando chegou o momento de acender as chamas, pairou no ar a lembrança incômoda de que não havia dragões a chamar — nem cavaleiros capazes de ordenar que uma fera cuspisse fogo em homenagem ao rei morto.

Assim, uma simples tocha foi trazida. O fogo se espalhou lentamente, consumindo o corpo de Viserys I Targaryen. Muitos sussurravam, nas sombras, que aquilo era um presságio sombrio: um rei da Casa do Dragão entregue às chamas por mãos mortais, e não pelo sopro de um dragão.

Dois dias depois, a cidade se encheu de alvoroço com a coroação. O septo da cidade estava lotado de lordes e damas, vindos às pressas de suas terras, para testemunhar a ascensão de Aegon. O príncipe foi conduzido em procissão pelas ruas, saudado por parte da população, ainda que o entusiasmo fosse forçado em muitos rostos.

Dentro do septo, Aegon foi coroado com a Coroa de Aegon, o Conquistador. Ao seu lado, Jeyelle Lannister recebeu a coroa da rainha. Alta, cabelos dourados como o sol, trazia consigo toda a imponência de Rochedo Casterly. Há seis anos casada com Aegon, dera-lhe apenas uma filha, a pequena Aelle, uma criança de cabelos loiros e olhos azuis que parecia uma Lannister não uma Targaryen.

Os boatos já corriam de salão em salão: as doenças que Aegon passara para a esposa graças a sua promiscuidade haviam marcado a rainha. Os maesters temiam que Jeyelle jamais pudesse conceber outro filho. Uma preocupação pesada pairava sobre a sucessão.

Entre os presentes, Aemond chamava atenção de todos. O jovem príncipe, agora com o lado esquerdo do rosto marcado por uma cicatriz profunda que o desfigurava — da testa até o queixo, presente de uma garra de dragão — exalava algo entre imponência e terror. Floris Baratheon, sua esposa, doce e submissa, seguia-o de perto. Grávida, ela parecia ainda mais frágil, quase apagada pela presença do marido. O olhar de Aemond raramente repousava sobre ela, mas quando o fazia, era como quem espera obediência, não carinho.

Haelena, por sua vez, não estava ali. A princesa permanecia em Jardim de Cima, ao lado do marido, Martyn Tyrell. Seu casamento, arranjado mas surpreendentemente tranquilo, dera frutos: gêmeos, um menino e uma menina, ambos herdando a aparência do pai. A ausência dela foi notada, mas comentada apenas em sussurros — alguns diziam que ela parecia mais feliz entre as rosas dos Tyrell do que jamais estivera em Porto Real.

Daeron também não compareceu. Com apenas quinze anos, ainda permanecia em Vila Velha, criado entre os Hightower. Muitos lordes murmuravam que ele já era mais leal àquela cidade do que ao próprio irmão.

A cerimônia terminou com gritos de “Viva o Rei Aegon, Segundo de Seu Nome!”. A multidão ecoou, mas os ecos pareciam vazios, como se até as pedras da cidade duvidassem da força daquele reinado.

Pois enquanto Aegon sorria, a coroa pesada em sua cabeça e a esposa ao seu lado, havia olhos frios observando. Otto Hightower, a poucos passos do novo rei, mantinha a expressão de triunfo contida, mas em seu peito o cálculo nunca cessava. Sabia que o trono era instável, que rumores sobre maldições, dragões ausentes e sucessões incertas já se espalhavam como fogo em palha seca.

A noite após a coroação foi marcada por um grande banquete no salão do Trono de Ferro. Longas mesas cobriam o espaço, lotadas de carnes assadas, vinhos caros de Dorne e especiarias vindas de Essos. Músicos tentavam preencher o ar com sons festivos, mas o peso da ocasião permanecia presente em cada palavra sussurrada e em cada olhar calculado.

Aegon, agora rei, ocupava o centro da mesa principal. Já embriagado antes mesmo do segundo prato, ria alto, gargalhadas que ecoavam pelo salão, enquanto chamava os servos com exigências incessantes. Jeyelle Lannister, ao seu lado, mantinha a postura de rainha, os ombros retos e o queixo erguido, ainda que seus olhos azuis evitassem cruzar com os do marido. A mão repousava suavemente sobre a pequena Aelle, sentada a seu lado, como quem recordava a todos que, pelo menos, dera à coroa uma filha.

Otto Hightower, com expressão controlada, observava em silêncio. Seu olhar deslizava por cada canto do salão, calculando quem estava presente, quem faltava, e o que cada ausência representava. Já previra que os sussurros sobre infertilidade e doenças de Jeyelle se espalhariam ainda mais naquela noite. Aquilo precisava ser contido, ou melhor, manipulado a favor da nova ordem.

Alicent, sentada próxima ao filho, mantinha a serenidade que aprendera a usar como máscara. Conversava em voz baixa com alguns lordes, sempre escolhendo as palavras com cautela. Ainda assim, vez ou outra seus olhos repousavam sobre Aegon, carregados de uma mistura de orgulho e desaprovação. Sabia que não era um rei ideal, mas também sabia que era o rei que ela havia ajudado a colocar no trono — e não permitiria que ninguém ousasse questionar isso.

Aemond foi talvez a figura mais imponente da noite. Seu rosto marcado pela cicatriz parecia ainda mais severo à luz das tochas. Bebia menos que o irmão e observava mais. Quando falava, era com voz firme e cortante, respondendo de forma seca a qualquer tentativa de bajulação. Ao seu lado, Floris Baratheon se esforçava para sorrir e manter-se agradável, acariciando instintivamente o ventre arredondado pela gravidez. Poucos notavam sua presença, apagada pela sombra do marido.

— Um brinde ao Rei Aegon, Segundo de Seu Nome! — proclamou Otto, erguendo sua taça.

As vozes ecoaram pelo salão, algumas fervorosas, outras hesitantes. Aegon riu alto, derramando vinho sobre a mesa, e ergueu sua própria taça.

— E que os dragões, mesmo que poucos restem, continuem a nos proteger! — disse com ironia.

Alguns riram nervosamente. Outros desviaram o olhar. Era um lembrete cruel de que não havia fogo de dragões em Porto Real, apenas ferro, intriga e ambição.

Mais tarde, enquanto a música tentava encobrir as conversas murmuradas, Alicent se aproximou do pai.

— Ele precisa se controlar — murmurou, em tom baixo, para Otto. — Cada gesto dele é observado.

Otto não desviou os olhos de Aegon, que gargalhava cercado de jovens lordes.

— Deixe-o rir — respondeu calmamente. — Que todos pensem que é apenas um jovem tolo com uma coroa. Quanto menos esperarem dele, mais fácil será movermos as peças.

Alicent fechou os olhos por um instante. Sabia que aquelas palavras eram verdadeiras, mas não deixavam de lhe trazer um peso no peito.

Do outro lado do salão, Aemond observava a cena. Seus dedos tamborilavam sobre a mesa, impacientes. O olhar fixo no irmão e no avô parecia esconder algo mais sombrio: uma promessa silenciosa de que, se Aegon falhasse, havia outro Targaryen pronto para assumir.

Enquanto Aegon ria alto e pedia mais vinho, a verdadeira música daquela noite não vinha dos músicos contratados, mas dos cochichos entre as mesas. O grande salão parecia pulsar com murmúrios, cada palavra carregada de especulação e veneno.

Os Lannister, por honra e sangue, eram agora os mais próximos da Coroa. Lorde Jason, sentado com o ar de quem havia vencido a maior das caçadas, sorria orgulhoso sempre que os olhos recaíam sobre sua filha coroada. 

— A coroa de ferro repousa sobre uma cabeça fraca, mas segura nos cofres do Rochedo — murmurou Lorde Merryweather a seu vizinho de mesa.

Os Baratheon, por sua vez, mantinham uma postura de vigilância. Lorde Borros, de peito estufado, bebia generosamente e ria das piadas de Aemond, orgulhoso de ver sua filha Floris carregando um herdeiro Targaryen no ventre. Ainda assim, os murmúrios eram inevitáveis:

— Se os dragões não voltarem a Porto Real, os trovões de Ponta Tempestade acabarão se tornando a verdadeira força por trás da coroa.

Mais ao fundo, um grupo de lordes das Terras Fluviais falava em voz baixa, sem disfarçar a preocupação.

— Sem dragões, o Trono de Ferro é apenas... ferro — disse um Blackwood, olhando em direção à mesa principal. — E ferro pode ser partido.

Outros lembravam com pesar de Pedra do Dragão.

— Rhaenyra ainda vive, e os filhos dela montam dragões. — A voz era baixa, mas carregada de peso. — Talvez seja melhor não esquecer que o fogo ainda arde na ilha.

Essas palavras se espalhavam como brasas escondidas sob a cinza.

Otto, em silêncio, ouvia o suficiente para compreender o quadro. Havia orgulho entre os aliados, sim, mas também medo, desconfiança e até mesmo desprezo velado. A legitimidade de Aegon fora selada pela coroa e pela cerimônia, mas não pelo fogo.

 


 

O Salão do Conselho estava mais frio que de costume. O luto ainda pairava sobre a Fortaleza Vermelha, mas, diante do trono recém-ocupado, os homens não podiam se dar ao luxo de lamentar. O velho rei estava morto, e o jovem rei precisava governar.

Otto Hightower, mais ereto do que nunca, tomou seu lugar à mesa, os olhos verdes atentos a cada detalhe. Ao seu lado, Alicent mantinha a compostura serena, mas os dedos inquietos sobre o tecido do vestido denunciavam sua tensão.

Aegon entrou sem pressa, com a coroa ainda mal ajustada sobre a cabeça e uma taça de vinho já na mão. O novo rei parecia mais interessado no peso dourado do anel do que nas responsabilidades que o esperavam.

— Sentem-se — ordenou ele, antes mesmo de se acomodar. — Vamos acabar logo com isso.

A mesa se compôs: Ser Criston Cole, agora Lorde Comandante da Guarda Real pois Ser Harrold tinha se aposentado; Lorde Jason Lannister era o novo Mestre da Moeda; Lorde Borros Baratheon era o novo Mestre da Lei; Grande Maester Orwyle; e Otto, como Mão do Rei.

Otto iniciou sem demora:

— Sua Graça, como já deve ter ouvido no banquete, há inquietação entre os lordes. Muitos ainda murmuram o nome de Rhaenyra. — Sua voz era calma, mas firme. — O sangue de dragão dela e de seus filhos é a ameaça mais visível ao seu reinado.

— Que murmurem mais alto, e eu lhes arranco a língua — retrucou Aegon, entediado, bebendo um longo gole de vinho.

Borros sorriu com aprovação. — É assim que um rei deve falar. Mas Otto está certo, meu rei. Uma coroa sem dragões pode parecer frágil.

— A coroa não precisa de dragões — Jason Lannister interveio, altivo. — Precisa de ouro. E disso, nós temos de sobra.

— Ouro não assusta soldados, Lorde Jason, nem derruba muralhas — cortou Criston Cole, a mão no punho da espada. — Homens seguem força. Dragões são força.

Um silêncio desconfortável caiu sobre a mesa. Até Aegon desviou os olhos do vinho.

Otto respirou fundo, aproveitando o peso do momento. — Não podemos inventar dragões, mas podemos forjar alianças. Já demos o primeiro passo: Rochedo Casterly e Ponta Tempestade estão conosco. Em breve, buscaremos também o apoio dos Tully, dos Arryn e dos Stark.

— Os Stark? — Aegon bufou, rindo. — Eles mal saem de suas tocas. O que me importa se o Lobo do Norte me reconhece ou não?

— Importa que ninguém siga Rhaenyra — Otto replicou, sem se deixar abalar. — Um só apoio a ela pode acender uma guerra.

Alicent, até então em silêncio, falou com suavidade, mas sua voz cortou como lâmina:

— O povo precisa ver estabilidade. Se murmuram sobre dragões, devemos mostrar-lhes que o rei governa com justiça e prosperidade. O ouro dos Lannister, os exércitos dos Baratheon, a fartura dos Tyrell... cada um pode ser um pilar. E enquanto isso, devemos sufocar os boatos de Pedra do Dragão antes que se tornem brasas.

Otto assentiu. — Mandaremos espiões a Pedra do Dragão e a Derivamarca. Nada do que Rhaenyra fizer pode nos pegar de surpresa.

O vinho já havia tomado a mente de Aegon, que ergueu a taça e sorriu preguiçoso.

— Muito bem. Vocês planejem o que quiserem. Desde que eu tenha minha taça cheia e minha cama quente, que o mundo faça sua reverência.

Otto disfarçou o aperto no maxilar. O verdadeiro fardo do reino cairia sobre ele, como sempre soubera. Mas agora, com a coroa sobre a cabeça do neto, recuar não era mais possível.

 

Notes:

O dilema da segurança é um conceito real de relações internacionais, eu nunca pensei que algum dia eu ia usar o meu curso em uma fanfic hauahauaua