Chapter Text
Apesar de ter adorado passar um tempo em Argo, com seus pais, sua cultura e seus costumes, Kara gostava muito mais da sensação do sol amarelo sobre sua pele, de como ela podia se sentir aquecida e, ao mesmo tempo, como poderia ouvir cada pequeno e insignificante som, mas também a batida rítmica tão conhecida do coração de Lena ao seu lado ou do resto de sua família. Ela podia ouvir facilmente como Alex, Kelly e Esme estavam se divertindo juntas tomando o café da manhã antes de deixar sua sobrinha na escola e também seria capaz de ouvir as pessoas sendo gentis umas com as outras, ela não tinha limites.
― Seja bem vinda à Terra, meu amor ― Lena desejou, acariciando o dorso da mão da esposa enquanto a observava perdida em seus próprios pensamentos.
― É bom estar de volta ― Kara sorriu abertamente e selou seus lábios aos da esposa com carinho ― Agora, antes de voltarmos aos nossos trabalhos, o que acha de tomar café da manhã no Noonan’s?
― Parece uma boa ideia, vamos alimentar esse monstrinho ― Cutucou o abdômen definido de Kara e riu ao ver as bochechas da esposa ficarem completamente vermelhas ― Adorável ― Pontuou divertida.
― Lena! ― Kara resmungou baixinho enquanto caminhavam de mãos dadas pela calçada a caminho do lugar escolhido.
{...}
Depois de um café caprichado e mais alguns beijos, as recém-casadas se despediram e a heroína se dirigiu para a CatCo. Então, Kara e Cat iniciaram a discussão sobre a próxima revista. Havia todo material produzido em Argo.
― Acho que deveríamos aproveitar essas fotos das roupas, na sessão de moda ― Kara propôs ― Não tem nada parecido na Terra e a moda é uma representação de uma cultura ― Pontuou.
― Vamos colocar essa aqui ― Cat apontou a foto de uma kryptoniana em trajes tradicionais ― E coloque essa ao lado ― Indicou a foto de Lena ― Ela representa como a cultura kryptoniana pode cair bem em uma mulher terráquea.
― Podemos colocar essas aqui também ― Mostrou a foto de dois rapazes vestindo as túnicas com os brasões de suas casas.
― Vamos lançar uma tendência ― Cat brincou, sorrindo para Kara.
― Espero que estejam falando sobre a edição deste mês ― Nia entrou, chamando atenção ― Aqui está a matéria que me pediram sobre a história de Krypton. Fiz um breve resumo e também, aqui está o que consegui da organização política ― Entregou a sonhadora.
― Srta Nal, isso é surpreendente ― Cat disse, olhando por cima as reportagens.
― Então, temos política, moda e história ― Kara observou ― A religião, eu fecharei hoje a tarde.
― E ainda temos as entrevistas sobre seu casamento ― Cat a lembrou ― E também, a entrevista com os pais da Supergirl.
― Essa entrevista vai dar o que falar ― Nia pensou, alto.
Kara e Lena também haviam visto a matéria e sabiam que ela era polêmica.
― Acho que seria interessante trazer Kelly, como psicóloga, para falar no podcast ao vivo que faremos para o lançamento ― Kara imaginou, vendo Cat sinalizar para ela continuar ― Podemos comentar sobre as questões envolvidas na formação de uma pessoa. E também, debater um pouco sobre o quanto a presença de um lar acolhedor e seguro é importante na vida de toda criança e adolescente.
― O que acha de fazermos em blocos? ― Nia propôs ― Podemos trazer especialistas para comparar a política, a moda e também a história.
― A religião não é possível ― Cat pontuou ― Temos muitas, não é como Krypton e qualquer um pode se sentir desrespeitado.
― E traremos a Sra Luthor-Zor-El para comparar a tecnologia da terra com a de Krypton ― Brincou a loira, sorrindo ― Eu estou com o artigo sobre a Ciência e Tecnologia de Krypton.
Nia e Cat riram.
― Vamos ignorar a parte que sabemos que quer roubar uns beijinhos da sua esposa durante os comerciais ― Brincou a rainha da mídia e Kara apenas corou.
― Essa edição sobre Argo-Krypton vai marcar a história. ― Nia disse empolgada.
― Será a maior exclusiva de todas, empoderando a maior heroína da Terra ― Cat disse ― Se preparem para prêmios Pulitzers.
― Eu não estou pronta para isso ― Nia falou, levando as mãos ao peito e Kara riu. Ela sabia a emoção de ser reconhecida por seu trabalho.
{...}
― Mamãe, mamãe ― Esme gritou animada enquanto corria para dentro de casa com um pedaço de papel em mãos e a mochila da escola nas costas.
Kelly vinha logo atrás da filha com um sorriso bobo nos lábios e Alex sentiu seu coração derreter novamente, como sempre acontecia quando sua garotinha lhe chamava daquela forma.
― Oi querida, como foi o dia na escola? ― Indagou, se abaixando na altura de Esme, recebendo, como todos os dias, o abraço apertado depois da escola, como uma pequena tradição entre elas.
― Foi incrível, mamãe, hoje tivemos aula de artes, eu já contei para a mãe e ela já viu meu desenho, agora é a sua vez de ver ― Explicou calma e puxou Alex pela mão até o sofá, largou a mochila no pé do sofá e subiu, a ruiva se sentou ao seu lado e Kelly aproveitou para sentar do outro lado, apenas para admirar novamente o desenho.
― Então, querida, qual foi o tema do desenho hoje? ― Alex indagou curiosa.
― Hoje foi dia de desenhar a nossa família mamãe e olha só, quase não coube todo mundo no papel ― A menina sorriu animada, mostrando seu desenho com orgulho ― Aqui, eu desenhei o Papa J’onn, a vovó Eliza ― Começou a nomear os bonequinhos desenhados na folha branca ― A vovó Alura, o vovô Zor-El, depois eu desenhei nós três, o tio James, a tia Nia, o tio Brainy, a dindinha e a tia Kara, viu como ficou bonito? ― Sorriu abertamente.
― Ficou incrível, meu amor ― Alex sorriu boba ― Tenho certeza que Lena e Kara vão adorar ver o seu desenho hoje a noite.
― Vamos ter uma noite de jogos? ― Seus olhinhos brilharam em animação.
― Sim, querida ― Kelly confirmou a informação.
― Oba! ― Gritou animada e pulou do sofá apenas para fazer a sua dancinha da felicidade ― Podemos ir agora?
― Ainda não, querida, primeiro, a senhorita precisa de um bom banho ― Kelly lhe lembrou, tocando com o dedo indicador no nariz da garotinha, fazendo-a rir.
― Para o banho, mocinha ― Alex ordenou em seguida, tentando segurar a própria risada.
― Sim, mamãe ― Esme fez uma continência desajeitada e correu para o banheiro, arrancando risadas de suas duas mães.
― Mal sabe ela que consegue qualquer coisa com aquele sorrisinho ― Alex suspirou apaixonada ainda observando o desenho.
― Quem diria, a poderosa agente Danvers, derrotada por uma garota de 5 anos ― Kelly riu abertamente e se aproximou ainda mais da esposa.
― A garota de 5 anos que me chama de mamãe, é inevitável ― Riu baixinho e beijou os lábios de Kelly com carinho uma e outra vez ― Obrigada pela nossa família, meu amor.
― Isso não vai fazer você fugir da tarefa do banho, mocinha ― Kelly sussurrou, com seus olhos muito perto uns dos outros, assim como seus lábios.
― Sim senhora, patroa ― Alex deu uma piscadela e roubou um beijo da esposa, antes de correr para o banheiro e ajudar a filha no banho.
{...}
Quando a família Danvers-Olsen chegou, já estavam todos acomodados na sala de jogos que Lena e Kara haviam pensado para receber a família.
Sam e Lena estavam conversando perto do barzinho, enquanto Nia e Kara contavam para Brainy e Ruby sobre o artigo que estavam escrevendo.
J’onn e M’gann haviam deixado “as crianças” sozinhas, alegando que teriam patrulhas. Alex riu quando ouviu a desculpa, horas mais cedo, sabendo que eles estavam planejando algum encontro.
Eliza, que estava na cidade acompanhando Sam na empresa, estava terminando a torta de chocolate que Kara tanto amava.
― Tem whisky para mim também? ― Indagou a ruiva, chegando perto de Sam e Lena.
― Só se me ajudar com uma missão impossível ― Lena brincou.
― Fazer essa teimosa a sair com o professor da Ruby outra vez? ― Alex perguntou, rindo.
― Essa mesma ― Riu a morena ― Hoje fomos pegar Ruby e ele estava arrumado, de terno escuro e perfumado. Quando a Sam desceu do carro para encostar toda sexy na frente dele e esperar a Ruby. O professor Jackson fez questão de vir cumprimentar a mãe da sua aluna mais inteligente e com o maior potencial para Harvard.
― Desde quando Ruby quer ir para Harvard? ― Alex quis confirmar aquela informação.
― Ela quer o MIT ― Lena falou ― E ele se embananou todo para dizer isso, tentando impressionar a Sam, depois que ela nem mesmo deu um beijinho nele. Ele tem um doutorado e é técnico do time de futebol, além de jogar boliche e ter ganhado o campeonato da cidade. Também gosta de filmes mudos e a Sam rejeitou o convite dele para ir assistir o musical no centro, essa semana, porque ela precisa lavar roupa.
― Você não criou uma lava e seca com IA para resolver esse problema? ― Alex perguntou.
― Sim e eu lembrei ela disso ― Lena explicou ― Assim, como lembrei ela que a Ruby pode ficar aqui, que eu posso criar um protetor para o pulso dela para ela jogar boliche com ele e até mesmo podemos comprar um capacete para ela ir ver o jogo de baseball do Red Sox no final de semana e não acabar com um galo se alguma bola a acertar. E então, ela se lembrou que precisava levar o Pingo no veterinário.
― Quem é Pingo? ― Alex perguntou, não entendendo nada.
― O cachorro que agora ela vai precisar comprar pra Ruby para tornar a mentira que ela contou ao professor, real ― Lena explicou.
― Você vai comprar um cachorro só para fugir de um encontro que você não precisa repetir depois se for ruim? ― Perguntou a ruiva, incrédula.
― Ele me deixa nervosa ― Sam resmungou, cruzando os braços
― Ela ta gostando dele ― Pontuou o óbvio.
― Ele é um bom homem ― Sam se rendeu ― Fomos comer pizza logo que eu voltei de Argo, enquanto a Sra aproveitava sua lua de mel. E ele não é do tipo que você sai uma vez e dá um fora logo pela manhã. Já saímos duas vezes e ele não tentou me beijar, ele é diferente da maioria dos homens.
― Se ele te levasse para a cama logo, seria mais fácil? ― Indagou Lena, preocupada.
― Se ele me levasse para a cama, eu simplesmente poderia acordar no dia seguinte, ir tomar banho enquanto ele veste as roupas dele e some da minha vida ― Sam falou, levemente irritada ― Mas ele é do tipo que traz flores para o encontro, ele quer me conhecer.
― E você está surtando porque ele quer algo sério? ― Alex indagou.
― Se eu sair com ele pela terceira vez, vai ficar sério ― Sam surta.
― Tá fugindo igual a Andy ― Lena provoca.
― Andy está certa, ela vai pra onde o vento leva ― Sam lhe lembrou.
― Até o dia que alguém roubar o coração dela ― Lena provocou ― Igual o professor Jackson roubou o seu.
― LENA! ― Sam ralhou com a amiga, falar aquilo em voz alta tornava as coisas reais demais, mas a morena estava gargalhando abertamente, junto da ruiva enquanto faziam um brinde com seu whisky ― Odeio vocês ― Resmungou baixinho, se retirando dali, para encarar qualquer coisa, menos os seus sentimentos.
― Hey Esme ― Lena sorriu ao ver a garotinha se aproximar.
― Dindinha Lee! ― A garotinha gritou animada e correu para abraçar as pernas da madrinha ainda segurando um pedaço de papel em suas mãozinhas.
― Olá, Esme, como você está? ― Era impossível para Lena conter o sorriso perto da garotinha.
― Eu estou bem, dindinha, hoje eu tive aula de artes na escola e eu desenhei a minha família, fiz um desenho grandão com todo mundo junto, mas também fiz um desenho para você e a tia Kara ― começou a tagarelar ― Tia Kara, vem aqui ― Chamou pela loira que logo se aproximou ― Olha, eu desenhei nós três ― Mostrou a folha de papel.
― Ficou lindo, querida ― Kara sorriu boba.
― Dindinha, eu contei para os meus amiguinhos sobre você e a tia Kara, sobre como vamos tomar sorvete no parque, ou quando brincamos o dia todo juntas e também contei sobre como é legal quando a tia Kara me leva para voar sem as mamães saberem ― Confessou a última parte baixinho, fazendo as duas rirem ― Eles ficaram felizes em saber que agora eu tenho uma família incrível.
― Nós que somos sortudos por ter você conosco, querida ― Lena beijou as bochechas rosadas da afilhada ― Vamos colocar esse desenho junto com os outros, tudo bem? ― Viu a garota assentir.
― Dindinha, tia Kara, agora que vocês são casadas, vão me dar uma priminha logo para brincar comigo? ― Indagou curiosa e seus olhinhos brilhavam em expectativa.
― Quem sabe, no futuro, querida ― Lena explicou com calma e a menina assentiu, descendo do colo da madrinha logo depois.
― Então, vamos começar a jogar? ― Kara pediu animada.
― Vamos começar por qual jogo? ― Brainy indagou.
― Mímica! ― Nia e Kara pontuaram juntas enquanto os amigos pediam ajuda para ligar com a animação delas.
A primeira no jogo foi Kara, a loira tirou o papelzinho e riu quando viu “Super-Heroína”, aquela palavra seria molezinha. Deixou Nia começar a contar o tempo e começou a agir como fazia quando estava vestida de supergirl, usou um pouco de seus poderes para voar, gesticulou com tudo de si, mas nenhum de seus amigos foi capaz de acertar a maldita palavra.
― Sério, como não conseguiram chutar Super-Heroína? ― Kara resmungou como uma criancinha.
― Kara, você é péssima fazendo mímica ― Alex riu abertamente.
― Não sou não ― Fez biquinho.
― Não é, meu amor ― Lena respondeu baixinho e beijou o beicinho da esposa ― O que acham de jogarmos Monopoly?
― Onde você pode roubar de nós? Nem a pau Lutessa! ― Samantha riu.
― Eu não tenho culpa se vocês são péssimos investidores ― Lena deu de ombros.
― Sério, você não pode jogar para satisfazer todas as vontades da Kara e ainda ganhar de lavada de todos nós, é injusto ― Alex cruzou os braços.
― Ela pode sim ― Kara deu língua para a irmã enquanto Kelly se perguntava onde diabos tinha se metido.
― Eu posso sim! ― Lena reafirmou ― Afinal, eu sou uma Luthor.
― Luthor-Zor-El ― Kara corrigiu.
― Isso mesmo, meu amor ― A morena beijou os lábios da loira mais uma vez, sem ligar para todas as reclamações ao redor delas, a noite de jogos estava apenas começando.
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Conforme a edição foi publicada e o casamento de Kara e Lena ficou em evidência, assim como a curiosidade sobre Argo virou moda, os dias passaram.
Lena havia retomado o controle da Fundação e agora a CatCo preparava outra edição.
Cat, como CEO da CatCo estava de volta aos negócios e Kara se sentia realizada como editora-chefe. A mesa ao lado da janela, onde o sol da manhã batia todos os dias, era seu refúgio.
Os dias foram passando. E então, eles se tornaram um mês.
Sentindo-se um pouco nostálgica naquele dia, Kara passou no Noonan’s e, mesmo já tendo tomado café da manhã com sua esposa, pediu três cafés para viagem, um para si, outro para Cat e outro para Nia. Ela caminhou pelas ruas de National City, sorrindo e cumprimentando as pessoas que lhe reconheciam e logo chegou em seu trabalho.
Para variar, a pobre secretária de Cat estava sendo chamada pelo milésimo nome errado que a rainha da mídia era capaz de inventar e Nia parecia distraída com alguma conversa com outros jornalistas que já estavam ali.
― Cat, você ainda vai ficar sem secretária por causa da sua fama ― Pontuou divertida enquanto entrava na sala da chefe ― Seu Latte, srta. Grant, e se estiver frio, posso esquentar para a senhora.
― Você foi a minha melhor secretária, Kira ― Cat resmungou mandando a garota para fora de sua sala.
― E, mesmo assim, não acerta meu nome ― Kara continuou, fazendo a chefe rir.
― O que eu posso dizer? É o meu charme ― Deu uma piscadela para a loira ― Agora vamos, chame os jornalistas, precisamos definir a capa de nossa próxima edição da CatCo.
― E, vamos lá ― Kara riu baixinho e caminhou para fora da sala de Cat, ela deu o café de Nia e começou a tomar o seu enquanto convocava a próxima reunião na sala da senhorita Grant.
Quinze minutos depois, todos estavam acomodados na sala de Cat enquanto várias fotos rodavam pelo telão.
― Temos uma nova onda de ajuda comunitária em National City, essas fotos ilustram um pouco de um projeto social desenvolvido pela Universidade de National City, são alunos da área da saúde realizando consultas com médicos especialistas, levando alimentos, roupas e brinquedos e realizando dinâmicas com as crianças das comunidades mais pobres, como podemos desenvolver essa matéria? ― Cat começou.
― Eu passei por lá com a Lena ontem a tarde e nós duas ajudamos levando brinquedos e comida, tem muitas crianças carentes que só querem cinco minutos de sua atenção, acabamos passando o resto do dia por lá ― Kara complementou a chefe.
― Podemos falar um pouco sobre moda e sustentabilidade ― Nia lembrou animada ― Podemos conseguir explicar como transformar roupas mais antigas em algo completamente novo.
― Como vamos nomear a manchete dessa vez? ― Kara indagou enquanto pensava em alguma ideia, coçando o queixo enquanto andava pela sala e ninguém parecia estranhar a atitude da loira, já que era comum ― Todo cidadão pode ser o herói de alguém ― Sorriu com a própria ideia e Cat Grant apenas sorriu orgulhosa.
― Parece que temos uma manchete ― Manteve o sorriso ― Agora, ao trabalho.
― Vamos ― Kara saiu puxando os funcionários para fora da sala ― Nia, quero aquela reportagem sobre moda na minha mesa ainda essa semana, a nossa entrevista será com o idealizador do projeto social da universidade, Makenzie, a entrevista é sua e está agendada para amanhã cedo, não se atrase ― Relembrou ― Josh, quero a coluna de poesia pronta até o fim do dia, espero que tenha conseguido um novo autor.
― E vamos escrever de novo sobre você? ― Um dos jornalistas ironizou.
― Claro, todos querem saber se a Supergirl já voltou da Lua-de-Mel ― Kara respondeu no mesmo tom ― Só pela gracinha, você será o responsável da vez pela coluna da Supergirl e se fizer trabalho mal-feito, será demitido, entendido?
― Você não tem poder para me demitir ― Desafiou a heroína, Kara apenas respirou fundo e contou até dez uma e outra vez enquanto se impedia de jogar o idiota no sol ― Sua esposinha não manda mais aqui.
― Lena não é dona da CatCo há anos, você precisa se atualizar, garoto ― Kara revirou os olhos ― E, se quiser duvidar da minha palavra, é escolha sua, não reclame quando as consequências também chegarem.
O silêncio que se instalou no recinto deu a tensão que Kara queria, porque todos os jornalistas foram trabalhar em suas tarefas, enquanto a heroína supervisionava tudo e ainda fazia seu próprio trabalho.
Perto do horário do almoço, Kara ouviu um pedido de socorro vindo de uma das conveniências perto da CatCo, ela suspirou baixinho achando que poderia acabar perdendo parte de seu horário de almoço com Lena e ativou seu traje, antes de sair voando janela afora.
Ao chegar no local, um jovem rendia uma senhorinha com uma arma e ele parecia bastante nervoso, diria até um tanto perdido sobre seu próprio papel ali e Kara apenas pediu paciência.
― Você não vai fazer isso ― Abordou o garoto e viu ele mover a mão e mirar com a arma nela.
― Supergirl ― A senhorinha se espantou por ver a heroína ― Ele é apenas um garoto, não sabe o que está fazendo.
― Eu não sou um garoto! ― gritou e atirou contra a heroína, completamente nervoso.
Kara apenas desviou da bala como se não fosse nada e segurou a bala em suas mãos, mirando-a no garoto e usando-a para deixá-lo desacordado.
― A polícia já está a caminho senhora, eu preciso ir agora, ainda vou buscar o almoço da minha esposa ― Sorriu animada ao pensar na Lena e esperou a senhorinha lhe agradecer para ir atrás do almoço dela e de Lena.
Quando entrou na Fundação Lena Luthor, 10 minutos atrasada para o almoço e resmungando baixinho, Lena soube que algo havia acontecido com a esposa.
― Deixe eu adivinhar, imprevisto como Supergirl? ― Tentou animar a esposa.
― Primeiro aquele idiota veio tentar debochar da minha carreira como heroína e me desrespeitar como superior dele, quase joguei o idiota no sol ― Continuou resmungando ― Depois, um garoto inconsequente tentou atirar em mim com uma arminha comum, sério, porque eles sequer tentam? ― Revirou os olhos ― É irritante, e ainda por cima me atrasaram para o nosso almoço.
Lena até tentou segurar a risada, mas foi basicamente impossível.
― Você fica uma gracinha resmungona ― Brincou com a esposa e se aproximou dela com cuidado, antes de beijá-la uma única vez, fazendo-a parar e sorrir ― Agora sim, Oi, Kar.
― Oi Lee ― Kara suspirou baixinho, apaixonada ― Eu amo você.
― Também amo você, querida, agora, porque não vamos alimentar esse seu monstrinho ― Cutucou levemente a barriga de Kara, fazendo-a rir ― E, enquanto fazemos isso, você não me conta como foi a sua manhã? Eu posso lhe contar sobre o novo projeto da Fundação.
― Com todos os detalhes nerds e legais? ― Pediu, quase fazendo seu famoso biquinho.
― Com todos os detalhes que você quiser, querida ― Lena beijou novamente a esposa em seus lábios e puxou ela para o sofá de sua sala, onde poderiam comer.
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A rotina de Kara agora parecia mais estável, apesar de sempre ter uma ou outra ocorrência para Supergirl. Enquanto isso, Lena Luthor estava ainda em busca de uma estabilidade maior de suas empresas.
Com Sam à frente da L-Corp, Lena só precisava estar presente em alguns momentos. Momentos de grandes decisões que envolviam suas ações. No entanto, no resto do tempo, seu tempo era dedicado a cuidar da Supergirl e prosperar a Fundação Lena Luthor.
Refazer seu nome após tantos erros de sua família não era fácil, mas Lena estava disposta a trabalhar duro por um futuro que ela acredita e que Brainy garantiu ser inesquecível. O apoio de Kara, sempre fundamental, estava presente em cada abraço, em cada almoço compartilhado e também em cada silêncio ouvindo o coração uma da outra.
Mas agora, neste exato momento, diante de alguns velhos chatos do conselho, Lena se via a ponto de perder a paciência.
― A L-Corp não constrói armas nucleares, Lion ― Sam tomou a palavra ― E Lena está de acordo com o investimento em energia em países da África para desenvolver as economias locais.
― Mas os lucros que teríamos vendendo armas para as grandes potências seriam muito maiores. ― Contra-argumentou o acionista.
― Produza armas hoje e receba um tiro delas amanhã, dizia meu pai ― Falou a morena tomando a palavra ― E nossa prioridade deve ser construir um futuro brilhante para a humanidade, desenvolver populações deve ser nosso foco. A África tem desafios enormes pela frente. Eles estão tentando parar a expansão do Saara e nós vamos ajudar, mas também vamos construir matrizes energéticas lá para depois, construirmos filiais. Vamos gerar emprego e com a fundação, vamos investir em educação e saúde. Vamos apoiar o desenvolvimento de hospitais. ― Lena contou ― E seus impostos ficarão mais baratos, graças aos subsídios que conseguiremos. Talvez no final do ano, sua economia com imposto de renda te deixe bem feliz.
― Impostos, Lena? ― Questionou Lion, irritado.
― Sim, está em trâmite aumento dos impostos para a população com maior renda. Porém, meus advogados encontraram uma emenda que pode nos beneficiar se a L-Corp for comprovadamente uma empresa investidora no desenvolvimento humano ― Lena contou ― Faremos tudo dentro da lei, mas também colheremos os benefícios desta legislação.
― Sr Lion, essa é uma das melhores opções que temos ― Sam ofereceu ― Não iremos explorar mão de obra do povo africano, pagaremos salários justos e qualquer um que for contra, pode revistar o relatório comigo, pessoalmente ― Sam avisou, séria.
― E se o senhor se sentir prejudicado ou estiver insatisfeito, sinta-se à vontade para me vender suas ações ― Lena respondeu, se controlando para não transformar o acionista em uma banana gigante.
― Se ninguém tem mais nada a dizer, encerramos por hoje ― Sam decretou o final da reunião do conselho e observou todos saindo. Lion não se pronunciou e saiu calado.
― Não sei como aguenta esses caras ― Lena comentou.
― Eu gosto de colocar todos eles no devido lugar deles ― Riu a castanha
― E essa coragem toda só existe aqui ― Lena provocou ― Com o professor…
― Vou sair com ele hoje a noite, Lutessa ― Sam avisou e foi saindo da sala
Lena se levantou e quase correu atrás da amiga.
― Volta aqui agora, Samantha e me conta tudo ― A morena pediu, imitando o beicinho de Kara.
― Realmente, você é o que você come ― Brincou com a amiga, rindo ao vê-la ficar vermelha de vergonha, aquilo sim era uma novidade, Lena Luthor vermelha a sua frente, arrancando risadas sinceras da castanha.
Elas conversaram por algumas horas enquanto trabalhavam em uma papelada importante da L-Corp e se despediram pouco depois, indo cada uma para sua própria casa.
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Lena não conseguiu segurar o sorriso bobo quando chegou em casa, às vezes, nem ela acreditava em seu próprio casamento, parecia inacreditável demais para ser verdade. Ela sabia que Kara não estava em casa, havia ouvido no rádio sobre um incêndio de grandes proporções em um dos prédios mais altos de National City e ela aproveitou o momento para preparar um jantar para ela e Kara, afinal, sabia como sua heroína chegaria faminta.
Enquanto pensava no que fazer, Lena deixou a bolsa no aparador perto da porta e tirou seus saltos, deixando seus pés relaxarem contra o carpete da sala e tirou o sobretudo que ainda usava. Pouco depois, dobrou as mangas de sua camisa de tecido e começou a separar alguns ingredientes para cozinhar enquanto esperava sua esposa.
Decidida a não demorar muito na cozinha, Lena encomendou algumas porções de potstickers e também, uma barca de comida japonesa, sabendo bem o quanto Kara gostava das porções de comida oriental. Ela deixou tudo pronto para apenas receber a comida e então servir quando a esposa chegasse. Os pratos na mesa, o vinho branco gelado separado e as taças colocadas, Lena subiu para tomar um banho relaxante e enquanto a água quente corria por seu corpo, ela teve uma ideia de como poderia terminar aquela noite com Kara, por isso, apressou seu próprio banho e se vestiu com um conjunto de moletom de sua heroína e preparou o banheiro com velas aromáticas para ajudar a loira a relaxar depois do dia cheio.
Exatamente quando terminou de organizar tudo, ela ouviu o som agora suave das botas de Kara na varanda delas. Lena desceu as escadas para recebê-la e, em um primeiro momento, por baixo de toda aquela fuligem e sujeira por causa do fogo, a morena procurou por qualquer arranhão em sua esposa.
― Não me machuquei, querida ― Kara lhe conhecia muito bem e tratou de acalmar a esposa ― Boa noite, Lee.
― Boa noite, meu amor ― Lena sorriu mais tranquila ― Parece que teve um dia cheio hoje ― Viu a loira assentir ― Vamos, vamos limpar essa sujeira ― Puxou a esposa pela mão com carinho ― Tinham muitas pessoas no prédio?
― Estava cheio quando o incêndio começou, os bombeiros estavam com dificuldade para evacuar todos e ainda conseguir apagar o fogo, então eu ajudei a tirar todos para que ninguém se machucasse ― Kara explicou ― Quando os vidros começaram a explodir por causa do calor, as coisas ficaram ainda mais intensas ― Suspirou baixinho ― Uma das estagiárias quase não sobreviveu.
― Nem sempre vai poder salvar todo mundo, Kar ― Lena lhe lembrou e viu a esposa assentir ― Mas ainda é a minha heroína ― Também lhe lembrou daquele pequeno detalhe e viu a loira sorrir com o carinho, naquele momento, a morena não se importou com a bagunça e selou seus lábios aos de Kara com carinho, apenas para lhe mostrar um pouco mais de amor ― Vamos, você precisa tirar esse uniforme sujo e limpar toda essa sujeira ― Ficou atrás de Kara, para ajudá-la a tirar o uniforme de Supergirl ― Nunca entendi porque essa capa é tão pesada ― Resmungou baixinho.
― Porque ela é feita de um material especial, querida, eu já lhe expliquei ― Kara riu baixinho, era incrível como apenas estar com Lena já mudava seu dia e melhorava seu humor. Ela pegou a capa e colocou no canto do banheiro, fez o mesmo com o resto de seu uniforme e suas botas, ficando apenas de lingerie ― Vou tomar uma chuveirada para limpar essa poeira ― Resmungou baixinho.
Lena assentiu e caminhou até onde a banheira ficava enquanto Kara se limpava no chuveiro e começou a encher a banheira com água morna e alguns sais de banho, além de ter acendido todas as velas colocadas ali estrategicamente.
― Quando terminar no chuveiro, venha para a banheira ― Pediu, vendo Kara assentir.
Pouco depois, a loira se deixou afundar na banheira e suspirou baixinho quando sentiu as mãos de Lena começarem a massagear seus ombros tensos.
― Como foi seu dia hoje? ― Indagou baixinho para a morena.
― Precisei passar o dia na L-Corp ― Contou no mesmo tom enquanto fazia massagem nos ombros de Kara ― Não sei como Sam ainda aguenta aqueles caras do conselho, eles são horríveis.
― Argh, Sam deve ser um anjo, eu teria jogado eles no sol ― Kara resmungou.
― Querida, você sabe que não pode jogar ninguém no sol ― Lena riu abertamente, fazendo a loira sorrir.
― Ah, eu posso, sou a Supergirl, amor ― Fez biquinho.
― É a supergirl, não a sua gêmea maligna ― Lena continuou rindo.
― Não me lembre dela, era um horror ― Resmungou desfazendo o biquinho.
― Mas nada me impede de transformá-los em bananas gigantes ― Lena comentou, casualmente, fazendo a esposa explodir em uma gargalhada gostosa, fazendo-a rir também.
― Qual a sua fixação por bananas? ― Kara continuava rindo ― Não foi o suficiente transformar todas as armas em bananas na batalha de Argo?
― Não querida ― Lena brincou ainda rindo com a esposa, percebendo-a finalmente relaxar ― Aquele jornalista continua lhe desafiando?
― Não, demiti aquele idiota semana passada ― Kara deu de ombros ― Ele tentou transformar a coluna da Supergirl em chacota, eu não deixei e quando Cat soube, ela demitiu ele de novo.
― Cat é incrível.
― Ela é Cat Grant, afinal ― Riu baixinho ― Mesmo antes de nos conhecermos, Cat me deu muitos conselhos ― Contou ― Se hoje sou editora chefe da CatCo, parte é por ela que me permitiu crescer e parte é por você que me deu uma direção sem nem perceber.
― Eu amo você ― Beijou os lábios de Kara mais uma vez.
― Também amo você ― A loira sorriu abertamente, completamente relaxada da tensão daquele dia.
― Agora, o que acha de vestir um pijama quentinho e aproveitar o jantar que eu pedi para nós duas? Podemos abrir um vinho e assistir um dos filmes que combinamos ― Sugeriu.
― O que você pediu? ― Indagou curiosa, sentindo seu estômago roncar.
― Vai precisar me encontrar na sala para descobrir ― Deu uma piscadela para a loira e se retirou do banheiro após ouvir a campainha da casa, enquanto ria e, Kara, protestava indignada.
Quando desceu, alguns minutos depois, viu Lena arrumando o jantar delas na mesinha de centro da sala e aproveitou para espiar, sorrindo abertamente ao ver a barca japonesa e seus amados potstickers.
― Você é simplesmente a melhor ― Kara sorriu abertamente e abraçou a esposa por trás animada, deixando um beijo no pescoço de Lena e sentindo-a se arrepiar em seus braços ― Boa noite Lee.
― Boa noite, querida ― Lena se virou para a esposa e beijou seus lábios mais uma vez, antes de abraçá-la com carinho ― Pronta para alimentar o seu monstrinho?
― Sim, Lee ― Kara riu baixinho e puxou a esposa para se sentarem no tapete da sala.
― Eu estava ansiosa para ficar pertinho de você ― Lena disse tímida ― E aqui, sentada no tapete, a gente pode ficar assim…
― Eu gosto assim ― Kara sorriu e deu um selinho em Lena.
Enquanto Kara começava a atacar os potstickers, Lena começou a procurar um filme para assistirem naquela noite, era o fim de dia perfeito para elas duas.
{...}
Enquanto J’onn resolvia assuntos oficiais fora do DEO, Alex havia ficado encarregada de começar o treinamento dos novos recrutas e pediu a ajuda da irmã para mostrar um ponto aos seus colegas de equipe, era parte do novo DEO.
― Bom dia recrutas, sejam todos bem vindos ao primeiro dia de treinamento do DEO ― Alex começou, com Kara logo ao seu lado, também vestida em um traje de treino do DEO.
― Hoje vocês vão começar a entender como pode ser difícil ser parte do DEO, estamos aqui para proteger humanos e alienígenas de forma igualitária, para resolver casos sérios e levar os criminosos à Justiça e, nem sempre vai ser fácil, por muitas vezes tivemos muitos desafios, muitas dificuldades e, sim, nós já perdemos uma batalha, mas lembrem-se, uma guerra não é feita de uma única batalha ― Kara continuou.
― Eu e Kara vamos fazer uma pequena demonstração para vocês hoje, iremos treinar nessa sala especial, capaz de suprimir os poderes de cada alienígena a partir de suas fraquezas, iremos ajustar conforme formos nos conhecendo e aprimorar nossas formas de treinamento e, não iremos sair com armamento letal, ninguém está autorizado a tirar uma vida, entendido?
― Sim, diretora Danvers ― Todos responderam.
― Ainda se lembra como fazer isso, sis? ― Alex brincou com a irmã, ativando a sala com kryptonita para enfraquecer Kara e tornar aquela disputa justa.
― Claro que sim, sis ― Kara brincou de volta e elas começaram a desferir alguns golpes uma contra a outra e, quem via de fora, podia observar perfeitamente uma espécie de sincronia entre as duas, de anos lutando juntas.
Alex treinou sua irmã para ser melhor que ela mesma, ela não se arrependia daquilo vendo como ela havia crescido em técnicas de combate com o tempo, mas ela só realmente percebeu aquilo, durante a batalha de Argo, onde Kara lutou completamente sem poderes.
Kara conseguiu imobilizar a irmã pouco depois e elas encerraram a primeira luta, recebendo uma salva de palmas dos agentes presentes ali.
― Vamos, entre pares, comecem a treinar, humano com alienígena, precisam começar a aprender a trabalhar juntos ― Alex instruiu.
― Vamos observar vocês, descobrir o que já sabem, e partir daí ― Kara explicou.
Pela próxima hora elas apenas observaram as duplas, fazendo anotações criteriosas e preparando-se para começar a colocar naquela mesma sala, outras formas de enfraquecer outros tipos de alienígenas.
― Diretora Danvers ― Briany chamou por Alex pouco depois.
― Sim, Agente Dox? ― Alex tirou seus olhos dos agentes para observar o amigo.
― A Sra. Danvers e a Senhorita Olsen-Danvers estão aqui para vê-la ― Sorriu levemente.
― Vou vê-las em um minuto, Brainy ― Alex sorriu abertamente, mesmo precisando manter sua pose de bandida má ali ― Vamos fazer uma pausa de 15 minutos.
― Aproveitem para se hidratar e pensar em novas formas de combate, quando voltarmos, vamos começar a intercalar as duplas e alguns dos agentes vão lutar comigo ― Kara sorriu animada com aquela ideia.
Elas se retiraram juntas e foram até uma sala privada, onde Kelly e Esme lhes esperavam.
― Mamãe! ― Esme gritou animada e correu para abraçar a ruiva que sorriu abertamente enquanto sentia seu coração se derreter com a fofura de sua garotinha.
― Oi querida, como foi na escola hoje? ― Indagou divertida.
― Foi muito legal, nós fizemos mais desenhos na aula de artes ― Começou a tagarelar.
― Oi, querida ― Alex se dirigiu à esposa enquanto Esme tagarelava de seu jeito infantil e deixou um selinho nos lábios da esposa.
― Tia Kara! ― Esme gritou novamente quando percebeu a presença da tia ali e correu para abraçá-la, sem precisar conter sua força mimetizada pelos seus poderes.
― Hey, Esme ― Kara sorriu abertamente e apertou a criança em seus braços, aquele era um comprimento único entre elas duas ― Que tal me contar o que você desenhou enquanto suas mães conversam? ― Puxou a garotinha pela mão.
― Elas vão falar sobre aquelas coisas de adulto? ― Indagou curiosa.
― Eu acho que elas vão ficar se beijando ― Resmungou baixinho.
― Ew! ― Reclamou fazendo careta, enquanto a loira gargalhava abertamente e Kelly havia prendido Alex dentro da bolha delas, concentradas demais uma na outra para se deixarem interromper, elas sabiam que sua filha estaria segura com a tia ― Quando eu vou ver a dindinha de novo? ― Indagou curiosa.
― Hm, ela está trabalhando na Fundação Luthor hoje, mas podemos marcar uma noite de filmes para nós três ― Kara lhe lembrou.
― E vamos poder assistir Frozen? ― Perguntou curiosa enquanto seus olhinhos brilhavam em pura animação.
― Quantas vezes quiser, querida ― Kara sorriu abertamente e começou a fazer cosquinhas na sobrinha, apenas para lhe ouvir gargalhar.
Ela gostava daqueles momentos como gostava de estar com Lena e aproveitaria cada segundo antes de ter que voltar a treinar os agentes do DEO.
Continua…