Chapter Text
“You say you want a revolution
Well, you know
We all want to change the world”
O Profeta Diário: "Puro Sangue", Real ou Ficção? Uma conversa com especialistas.
[...] O renomada autora Stone diz: O sangue que corre nos Sagrado 28 é sem dúvidas o mais puro e poderoso sangue entre os bruxos, não podemos nos deixar misturar com aqueles de sangue impuro e magicamente mais fraco, o que queremos, é a limpeza no mundo mágico, para que assim, possamos viver em um mundo regrado e de bem. Mas é claro que não falamos apenas de bruxos, falamos também de qualquer criatura mágica que seja inferior [...]
– Sangue magicamente mais fraco!? — Lua exclamou, seu rosto estava vermelho pelo ódio. Era muito claro para todos que assistiam a garota que ela poderia explodir a qualquer momento. – Limpeza no mundo mágico? Qualquer criatura mágica de seja inferior? Como o caralho do profeta diário deixou uma matéria ridícula dessas passar?
– Ao que parece, essa edição já foi tirada de circulação depois da polêmica. — Alice Fortescue da Corvinal pegou o jornal da mão de Lua, Remo por sua vez segurou os ombros da amiga. – Acho que pessoas importantes reclamaram do jornal, eles não retirariam uma edição do nada.
– Talvez O Profeta só estivesse tentando repassar algo essa semana, nada demais. — Camilly Thomas deu os ombros enquanto estava deitada no gramado, tinha a cabeça apoiada nas pernas de Sirius.
– É claro que não! — Marlene McKinnon a interrompeu. – O Profeta não é só um jornal, é uma ferramenta política! Só passa por ele o que o Ministério quer!
– Exatamente, e o fato disso ter passado é extremamente preocupante. — Lily pegou o jornal e foi a frente de todos os amigos que estavam reunidos ali. – Nós já sabíamos que Voldemort tinha seguidores importantes, mas não desse jeito, eles estão passando reportagens nojentas como essa, mas fingem que nada está acontecendo, mesmo com todos os ataques.
– Lily está certa. — James, que estava sentado próximo a árvore, falou em apoio a sua querida. – Essa coisa já foi longe demais, e o pior é que as pessoas fingem não ver. Nós devemos estar prontos!
– Prontos? — A voz desagradável de Bart Crouch chamou a atenção de todos. – Você deveria estar feliz, Potter, infelizmente, até traidores do próprio sangue como você e seu amigo serão beneficiados. — O orgulhoso aluno da Sonserina cruzou os braços enquanto sorria.
– O que é que você quer, boca de sacola? — Saiph empurrou Sirius de suas pernas para levantar e encarar o menino de cabelos castanhos. – Está cansado de explodir as próprias calças e veio nos atazanar?
– Fique quieta, Baudelaire! Não gostou que não te citei como beneficiada? Ah, você não será, será torturada e morta com todos os seus amiguinhos de sangue ruim. — O punho de Saiph teria acertado o rosto de Crouch Jr. se Sirius não tivesse a segurado e puxado a amiga para si.
– Onde o Regulus está? — Sirius foi direto ao ponto.
– Não sou babá de seu irmão, Black. — Bart cuspiu as palavras. – Mas talvez você goste de saber que ele e Malfoy andam muito ocupados. — O sorriso de canto e a súbita calma do jovem o denunciavam.
– Lucius está em Hogwarts? O que ele quer aqui? — James mais uma vez entrou na conversa.
– Conta, boca de sacola! — Saiph disse mais alto e acabou rindo, Crouch revirou os olhos e saiu dali, sem paciência para a garota. – Malfoy está aqui, então boa coisa não é.
– Não mesmo. — Dorcas confirmou enquanto chegava no gramado com os amigos junto a Summer que trazia sua vassoura. – Ele está preso com os idiotas lá dentro da comunal da Sonserina desde a manhã, por isso a maioria deles não saiu para a aula. Régulo e Snape não desgrudam dele, boa coisa não é, mas pelo que vi, ele também trouxe essa cópia idiota dO Profeta Diário.
– Vocês estavam treinando? — Milly perguntou a Summer, quase indignada. – Liberaram o campo de quadribol pra Sonserina e não para nós?
– Vocês não são a única casa de Hogwarts, nós também precisamos treinar. — Summer mostrou a língua para Milly, elas sempre ficavam daquele jeito quando o assunto era quadribol.
– Precisamos saber o que está acontecendo, vou falar com meu irmão. — Sirius não esperou uma resposta, apenas largou Saiph e saiu em partida ao castelo. A menina de olhos grandes observou o amigo, não queria ir atrás dele e ver o mesmo show de humilhação de sempre.
– Jay... — Ela chamou James com uma voz mansa extremamente rara.
– Deixa que eu vou, olhos esbugalhados. — E assim, o indiano foi atrás do amigo.
– Onde estão o Noah, Thomas e Colyn? — Frank Longbottom perguntou antes de fazer um carinho no cabelo de Alice.
– Thomas e a Mars estavam com a professora Sprout, ela tinha algo a dizer a eles porque são monitores da Lufa-lufa, agora o Colyn e o Noah eu não sei. — Lua contou e deu uma risada quando Remo, que brincava com as pontas dos cabelos dela, as enfiou na orelha da própria.
– Eles fizeram tudo atrasados hoje. — Alice contou segurando o riso. – Não conseguiram entrar na sala comunal da corvinal ontem, não conseguiram responder o enigma.
– Nós precisamos de todos aqui. — Lily disse enquanto os observava. – Tenho uma ideia de como podemos nos preparar. — Ela sorriu. – O James já aceitou, só faltam vocês.
Em meio a dúvidas do que Lily estava tramando, a de Saiph se diferenciava dos outros: Por que Lily havia contado algo para James antes de contar para ela?
Isso sem dúvidas era esquisito, mas não era o momento para este questionamento.
Mars chegou trazendo seus livros e comprimentou a todos, não demorou nada a se jogar no gramado ao lado do lago Negro também.
– Cadê o Thomas? — Milly perguntou a amiga.
– Está com uma aluna nova. Uma menina que veio de Beauxbatons e foi selecionada para a nossa casa. — Mars explicou muito tranquilamente. – Igual você, Saiph, ela até tem o mesmo sobrenome. — Para a lufana, aquilo não passavam de coincidências, mas os outros já estavam chocados.
– Qual o nome dela?
– Beatrice Baudelaire. — Mars continuou contando. – O Thomas está mostrando o resto da escola para ela.
– Muito interessante a fofoca. — Summer se meteu. – Mas nós precisamos dar um jeito de descobrir o que está rolando no ministério, não sei se vocês lembram.
– Estão falando daquela matéria ridícula? — Mars perguntou. – Professora Sprout deixou escapar que Dumbledore está furioso, ele nem foi receber a menina nova e o menino da União Soviética, ao que parece, está no ministério desde o momento em que viu a reportagem.
– Pessoal, eu preciso fazer uma coisa, já volto. — E sem se explicar, Saiph correndo no mesmo momento em que viu vários alunos da Sonserina entrando na escola.
– Então Lily, sobre o que você queria falar? — Frank perguntou a ela. – Acho que não vamos ficar todos juntos hoje.
– É, o dia está agitado. — Alice completou.
– Venham aqui. — Lily se aproximou de todos e os juntou em uma grande roda. – Está cada dia mais perigoso para nós, nascidos trouxa e mestiços, de existirmos. Essa matéria que foi publicada pelO Profeta é a prova irrefutável que só temos nós por nós mesmos. Então, eu e James estivemos conversando, queremos formar um clube para aprendermos feitiços de defesa mais avançados.
– E quem nos ensinaria? — Dorcas perguntou enquanto cruzava os braços.
– Flitwick aceitou me mostrar alguns feitiços, eu prometi que só usaria para defesa. Eu aprendo, e mostro para vocês. — Lily contava toda orgulhosa. – E não precisam ser só feitiços!
– Eu posso ensinar algumas poções, mas não sou o melhor nisso. — Frank contou. – Vocês sabem quem é. — Lily desfez o sorriso.
– Tá brincando, né, Frank? — Milly perguntou em tom irônico. – O Severo é capaz de fazer uma poção que vai matar todos nós de uma vez!
– Não vamos falar disso agora. — Remus finalmente disse algo, ao notar que Lily estava incomodada. – Vamos focar no que temos, não no que está faltando. Acho que por hora, apenas feitiços de defesa já vão ser ótimos.
– Isso é assustador. — Lua olhou para os próprios polegares com unhas extremamente curtas.
– Nós sabemos, mas... — Frank começou a falar mas Alice o bateu de lado.
– Não Frank, eu sei que é assustador pra vocês, mas eu estou falando de nós, nascidos trouxa. — Lua o olhou séria. – Eu não tenho medo só por mim, mas também pela minha família, todos são trouxas! A maioria aqui é meio a meio, acho que só a Lily entende isso, essa sensação horrível de nem querer imaginar o que vai acontecer se Voldemort assumir o poder. Eu não vou ser exterminada sozinha, eles não vão parar nos bruxos! Eu acho que vocês sempre vão ter a opção de se juntar a eles caso tudo dê errado, mas nós não, eles não nos querem. Eles nos consideram menos mágicos, inferiores. — Lua pegou o jornal. – E essa aqui é a prova, nós precisamos fazer algo real, não só defesa!
– Lua, a Lily está falando sobre uma ideia inicial. — Remo calmamente pegou o jornal da mão da amiga. – Nós sabemos como é a sensação, eu sei como é, a sensação. Mas não podemos ser como eles, nós vamos proteger sua família, tudo bem? — Remo colocou as mãos no rosto sardento com uma cicatriz na bochecha, Lua tinha os olhos molhados mas não iria chorar ali, ela apenas balançou a cabeça positivamente.
– A Lua tem razão. — Lily falou ao olhar para todos. – Vamos defender todos os nascidos trouxa e suas famílias, eles não podem nos assustar.
– E onde vamos fazer isso, Lily? — Peter perguntou enquanto guardava seus cadernos. – Tentamos isso ano passado e fomos pegos.
– Pete tem razão. — Mars falou. – Precisamos ser mais cuidadosos.
– Acho que eu posso cuidar disso. — Alice parecia pensativa. – Até amanhã no almoço eu vou ter um local para nós treinarmos sem que ninguém saiba. O quão grande tem que ser o local?
– Por hora, apenas nós. — Lily disse. – Com o tempo, chamem apenas pessoas em quem tenham confiança, da última vez confiamos em todos e acabamos sendo flagrados. E mais! Não deixem que pessoas de pouca confiança ouçam sobre isso.
– Tudo bem. — Todos responderam.
– Mas e o Professor Dumbledore? — Marlene perguntou e quase todos a olharam sem entender. – Da última vez ele sabia de tudo e foi menos ruim para o nosso lado.
– Dessa vez ele não pode saber. O ministério anda falando coisas sobre ele, pelo que Rita Skeeter contou, eu sei que ela não é a melhor fonte, mas essa fofoca deve ter um motivo. Não queremos que ele pague por nossas coisas, então, quanto menos ele souber, melhor. — Lily disse convicta.
– Então vamos ser bem poucos, quem mais vamos chamar fora os que estão aqui? — Doe perguntou.
– A Mary chega da Palestina na semana que vem. — Lua contou. – Ela foi visitar os avós e agora eles estão de mudança pra cá.
– Eu aviso a Emmeline. — Mars disse.
– Acho que a Pandora e o Xenophilius vão querer também, tudo bem por vocês? — Alice perguntou e nem foi necessária uma resposta verbal, todos concordavam.
– Eu vou falar com meus garotos. — Colyn finalmente disse algo enquanto chegava para se juntar aos amigos. – E, eu acho, por hora, já somos suficientes.
– Colyn tem razão. — Lily disse. – Temos pelo menos 3 pessoas de cada casa, então fiquem atentos aos comentários que vão acabar surgindo. Tentem fingir que está tudo bem. — Ela suspirou triste.
– É, e tentem lembrar que temos pessoas do nosso lado. — Milly falou. – Não só aqui, temos lá fora também, nós podemos vencê-los, e vamos! — Camilly fez com que um pequeno raio de esperança surgisse para eles.
[...] Em resposta a autora Stone, a Sra. Dippet, famosa pelo estudo dos trouxas diz: Não há prova alguma de que um bruxo que só tem parentes mágicos seja mais forte que um que vem de uma família que não possui magia. Temos milhares de representantes que são mestiços ou nascidos trouxa que provam o contrário, temos ministros, aurores, professores e muito mais que mostram que essa ideologia de puro sangue é puro preconceito disfarçado.
Nós, nascidos trouxa, somos bruxos tão bons e até melhores que alguns, e não nos calaremos mediante ataques sem fundamento, estaremos aqui e seremos fortes como sempre fomos.
Nascidos trouxa e mestiços são o que fazem o mundo bruxo funcionar, sem nós, os bruxos teriam pouquíssimo do que se orgulhar.