Chapter Text
------- Há um ano -------
Bruce bateu com força na porta dos fundos da delegacia, desesperado. Como isso aconteceu?
Como isso aconteceu?
A mansão é, ou era, o segundo lugar mais seguro de Gotham, logo depois da caverna.
"Sr. Wayne, houve um ataque à mansão. Seus filhos foram as vítimas; até o momento, apenas Jason foi resgatado."
Seus filhos foram atacados dentro de casa.
— Sr. Wayne — A voz do Comissário Gordon o desperta de seus pensamentos.
- Onde está Jason?
- Interrogatório - Ele o conduziu para dentro - O menino não diz nada, apenas exige que ele faça aquilo ali.
Bruce relaxou um pouco ao saber que seu filho estava bem.
Enquanto caminhava, percebeu que as cortinas estavam fechadas e havia uma comoção do lado de fora. Ouvia-se o barulho de flashes e o movimento de veículos e pessoas. Repórteres
— O jornal está uma loucura agora — resmungou Gordon, dando uma tragada no charuto. — Notícias trágicas da alta sociedade estão chamando a atenção. Estamos fazendo tudo o que podemos para evitar sobrecarregá-los ainda mais.
O morcego sabia disso em primeira mão. Um lampejo passou por sua cabeça: os paparazzi e repórteres invadindo seu espaço pessoal, alheios ao quão sufocante toda aquela comoção era para uma criança que viu seus pais morrerem diante de seus olhos. Bruce estava grato pela preocupação do comissário com seu filho; ele não gostaria que nenhum de seus filhos passasse por isso.
Mas, aparentemente, ele não conseguiu impedir.
Afastando esse pensamento, ele se concentrou na porta da sala de interrogatório. Lançando um olhar rápido e discreto para o vidro à prova de balas, notou uma pequena figura envolta em um cobertor térmico, tremendo levemente. Com um suspiro pesado, Bruce entrou.
O olhar assustado de Jason fixou-se no dele.
Lágrimas escorriam de seus olhos, lavando os pequenos respingos de sangue seco em seu rosto, seus cachos escuros e despenteados espetados em várias direções, e seu pijama manchado de poeira e sangue.
Ele notou uma bolsa de gelo no pé da criança. Antes que pudesse perguntar o que havia acontecido, um pequeno corpo colidiu com o seu; apenas os anos de treinamento de Bruce o impediram de cambalear.
— Bruce! — A voz embargada de Jason ecoa em seus ouvidos. Agachando-se até a altura do filho, ele segura seu rosto banhado em lágrimas — M-me desculpe, eu tentei ajudar, mas fiquei com medo. Eu juro que tentei, Bruce!
— Tudo bem, Jaylad, se acalme. — Ela enxugou uma lágrima da bochecha. — Respire fundo, inspire por 2 segundos e expire por 4.
Seguindo as ordens do pai, o menino se acalmou; pequenas lágrimas ainda escapavam de seus olhos, mas não tantas quanto antes. Olhando para o pai, a criança foi conduzida de volta à mesa no centro da sala, e o cobertor foi recolocado sobre seus ombros. Bruce o puxou para perto, dando-lhe um beijo na cabeça e um carinho suave em seus cachos.
— Pronto para ouvir o que você vai dizer? Podemos esperar mais um pouco, se você quiser.
"Não..." - fungou o mais novo. - "Estou pronto."
Com um aceno de confirmação do homem, o comissário entrou na sala.