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1930 — Manicômio Púbere (Statehumans)

Summary:

⊹ ࣪ ˖ ⋆˚꩜。⟡ ݁₊ .

𝟷𝟿𝟹𝟶 ( mᥲᥒіᥴômі᥆ ⍴úᑲᥱrᥱ )

30 é o que foi feito pra quebrar, tanto que, em 1930, onde seria o primeiro dia de aula no ensino médio para o representante de São Paulo, João Vicente Kazuya- ou só chamado de Paulo - foi cancelado e adiado para que ele pudesse controlar as revoltas no seu estado. Vinte anos depois, agora sim, seria seu primeiro dia no terceiro ano do ensino médio, só que todos os olhares estão vidrados em você, até três deles que mudam a história.. 𝙊 𝙩𝙤𝙥𝙤 𝙙𝙖 𝙝𝙞𝙚𝙧𝙖𝙧𝙦𝙪𝙞𝙖 𝙧𝙚𝙖𝙡𝙢𝙚𝙣𝙩𝙚 𝙩𝙚 𝙖𝙙𝙤𝙧𝙖, 𝙎𝙋..

⋆˙⟡ - 𝐎𝐬 𝐚𝐯𝐢𝐬𝐨𝐬 𝐝𝐚 𝐡𝐢𝐬𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐚 𝐞𝐬𝐭𝐚̃𝐨 𝐧𝐨 𝐩𝐫𝐞𝐟𝐚́𝐜𝐢𝐨
- a história é sobre Statehumans, se não gosta, não leia
( Yootqka & Mr.A )

Notes:

Hallo meus caros leitores ^_^!

Bom antes de ler, essa é uma história autoral que é criada de uma AU de Statehumans (infelizmente o AO3 não possui tags para SH, falando nisso, essa fic também está no wattpad caso queiram ler lá! Username : Yootqka).

A AU — Entre Regiões — Os estados são humanos e possuem uma deformação genética que faz eles serem conectados ao solo/ao seu território. No universo deles a mutação faz eles serem representantes, que num resumo muito básico seria presidente do seu território ou a encarnação viva do seu território.

Isso foi um resumo muito básico okay! Não da para explicar todo o universo etc.

Já deixamos claro que não apoiamos e nem passamos pano para as decisões dos personagens. Não apoiamos qualquer tipo de preconceito nem discriminação!

A criadora da AU é a Yootqka, eu apenas me responsabilizo pela postagem aqui no AO3! (Além de escrever também né).

Perdão por falar demais! Aproveitem!

(See the end of the work for more notes.)

Chapter 1: Antes da Escola

Chapter Text

 

"Minha cabeça dói,dói muito. Parece como se eu fosse explodir.

 

Eu nesses estados do sono já começo a ouvir vozes e alucinar horrores.

 

Eu me sinto preso num espaço branco, vazio e sem ninguém. Como se fosse um lugar entre o céu e a terra.. e com um cheiro de fogo.

 

Hm..? 

 

. . . 

 

 

“ Você realmente precisou queimar pra brilhar. Não é, João Vicente ? “

 

Huh? Como assim? Espera!–"

 

{ dois de janeiro, 1950 }

 

SP P.O.V

 

Aff.. que desgraça, que inferno! . Desde quando eu preciso colocar três doses de insulina no meu pescoço pra tentar parar de ouvir vozes? Acho que desde eu comecei a berrar por causa delas e quando meu pai me chamou de débil mental por estar falando sozinho. Tanto faz. Eu não quero resetar meu cérebro ou ficar me contorcendo no chão com umas, sei lá , quatro doses disso ou de metrazol. Além dessa desgraça ter me chamado pelo meu nome, odeio meu nome. Eu quero que todo mundo me chame pelo meu nome de representante, eu já sou um mesmo. Pra que serve ser o representante de São Paulo sendo que todo mundo te chama de Vicente?

 

Minha mãe disse que da última vez que eu injetei metrazol para parar as vozes eu caí no chão e fiquei me remoendo, igual uma lombriga mas babando como um cachorro com raiva . Ela e meu pai precisaram me segurar para eu não bater minha cabeça contra o chão e me mandaram calar minha boca quando eu quase tentei gritar

 

Pelo menos eu não lembro de nadinha! E consegui dormir igual um bebê depois disso. Mas foda-se, ninguém liga. Mas essa voz tá certa, se eu soltar esse cigarro e dormir, talvez eu não fique tão acabado assim no meu primeiro dia de aula. Talvez eu fique mais tranquilo

 

Eu ainda percebia a ponta em chamas entre meus dedos, parecia bom um pouco. Mas era teimosa a sensação de continuar acordado , eu precisava ter pelo menos uma cara de quem não dormiu às quatro horas da manhã, era o mínimo.Era uma necessidade parecer minimamente normal, mesmo que não fosse.

 

Eu sempre fui.. estranho? Eu era um famoso “aborrecente “ ou só simplesmente problemático desde pequeno. Nunca estudei em uma escola, sempre aprendi em casa. Minha mãe não confiava em professores ou em alunos, mas com o passar do tempo, ela percebeu que o filho dela era um demônio e parou de se importar comigo. É a vida 

 

Ah, talvez, não seja tão ruim assim amanhã..

 

A sonolência estava quase me batendo vivo.. eu quero deitar na minha cama, ela parece tão confortável. Nesse frio também, né— Talvez deitar um pouquinho não vai matar né?...Meh, mas faz tempo que eu não madrugo.. sei lá, parece meio estranho dormir agora. E .. pensar que agora eu tô sozinho. Eu não tenho mais ninguém. Eu nunca tive, mas, parecia bom quando eu tinha ela.. e eu tinha meu melhor amigo e o Rio grande ainda não me odiava.. e quando ela ainda tava aqui e a Catarina era um pouco mais calma junto com ela… as.. as coisas ainda .. er- eram..

 

 

Eram boas… 

 

Ai.. era bão.. era isso que isso falava.. anh? Ah. Eh. Deve ser isso

 

Minha vista parecia borrar. Ah preguiça de falar… 

 

 

{ doze de dezembro, 1900 }

 

— E o que você acha, Paulinho?— Ela parecia tão feliz . Ela sempre foi aquele raio do sol hiperativo— ninguém nunca vai saber disso. E mais, nossos estados vão sempre ser o lar dos presidentes e todo mundo vai achar que nós somos influentes, poderosos e muito, muito mais!!— ela quase chegava a pular de felicidade.. mesmo que ela mesma não achasse muito justo isso, parecia animada, tem algo que ela quer cobrir com isso.

 

— Tá bom Milena Mariana Guedes… essa é a quinta vez que você fala desse acordo, mesmo que a gente já tenha ele a alguns anos..— 

 

Eu e minha melhor amiga, a representante de Minas Gerais, a Milena.. ela sempre tava na minha casa. nossos pais são amigos até que a morte nos separe, e por obra do destino, somos melhores amigos desde quando eu tinha meus oito anos. 

 

Por algum motivo, e supostamente , os pais dela enfiaram na cabeça dela que seria legal a gente unir nossas elites e deixar elas sempre no poder. Resumindo, os pais dela propuseram uma oligarquia para a filha de quatorze anos deles. E como a mineira não vê maldade em nada, mesmo achando injusto para os outros povos, ela topou como se estivesse aceitando um presente.

 

Eu tenho certeza que eles fizeram isso porque queriam que a Minas ficasse mais feminina. Isso me dói um pouco, Contando que provavelmente eles queriam que nós dois nos casássemos e talvez mais.

 

 

 

A Minas ainda não percebeu isso. Ela não sabe que isso vai acabar com a sanidade dela. Eu não posso fazer isso. Eu não ligaria. Afinal, não existe nenhum propósito. Tudo é inútil e temporário. Apenas a verdade e a apatia te darão a resposta.

 

Mas, eu só penso assim porque eu sou um homem, e eu preciso ser forte.. pelo menos era isso que meu pai dizia que eu preciso ser.

 

Eu poderia mentir pra mim mesmo. Eu não gosto de mulher, eu consigo ficar com elas, eu acho elas bem atraentes, mas parece vazio casar com uma. Disso eu sei, mas, eu não ligo se me odiarem ou chamarem o que a gente faz de injustiça. Infelizmente é o que um representante é condenado a fazer. 

 

Mas eu não quero ver minha melhor amiga ser igual a mim. Eu espero que a Minas seja normal e feliz.

 

— O que eu posso falar? Vai trazer tantos benefícios pra gente , São Vicente!

— Tá tá.. agora tu passou dos limites me chamando assim, Minas de Ouro — eu tentei brincar com ela. Tentei rir. 

 

Meu nome de batismo é João Vicente porque meu território se chamava São Vicente. Eu nunca gostei do meu nome, então decidi mudar ele. Ela também tinha um nome diferente quando criança, se chamava Milena Mariana, mas o nome dela não tinha nada a ver com seu território; embora que quando o nome do território dela mudou para Minas Gerais , ela também decidiu mudar o nome dela, só deixando Milena. Mas ela nunca odiou o seu nome passado.

 

Ela sempre foi inocente demais.. sempre teve tudo o que quis.. orgulho dos pais dela.. sempre otimista, sempre perfeita.

 

Será que tá na hora de contar pra ela que eu não quero mais essa política..?

 

Não. Eu tenho medo de magoar ela. Um simples coração partido e o mundo acabaria pra ela, Mesmo que tudo fosse sem sentido e sem valor pra mim.

 

Eu sempre perco o que eu quero proteger

 

Eu .. eu 

 

— Filho.. João.. acorda.

 

{ Dois de janeiro, cinco horas da manhã }

 

Eu lentamente abria meus olhos, uma mulher asiática com roupas mais curtas apareceu na minha frente. Ela acariciava minha cara com gentileza.

 

Eu até ouvia os galos cantarem.. por quantas horas eu dormi?

 

 

— Bom dia..? Aish.. menino fresco, nem acorda tu sabe, Vicente ..— Era minha mãe .. ela não sabia falar certas palavras.

 

Minha mãe foi uma imigrante da elite japonesa que foi oferecida para o meu pai, um bandeirante do interior. Nunca entendi o porquê, Mas eles me amavam e se amavam, então eu não me importo com o resto.

 

Mamãe tentava me ensinar japonês às vezes, eu sempre tive interesse em aprender.. eu quero ser igual minha mamãe. Era visível ver que eu conseguia entender o que ela falava, mas, não sabia conversar ou gerar palavras, só ouvir e escrever.

 

— Bom.. bom dia, ma.. 

— Finalmente, levanta logo, miúdo. Antes que se atrase— ela sorriu e passou a mão na minha cabeça enquanto saía do quarto — seu pai está te esperando na sala.

 

Ela rapidamente saiu. Sem falar uma palavra depois disso, mas ainda assim fechou a porta. Ótimo. 

 

Não sei bem se vou lá.. se eu não sair do quarto, o dia não começa ,certo?

Eu não consigo ter forças para me levantar.. meu corpo doi como nunca antes, eu preciso ir. 

 

 

Eu tento levantar da cama— AAAAAAAI!!!

 

Aí. Porra.

 

Eu caí quase abraçando o chão. Que Inferno.

 

Eu não consigo ter forças para me levantar.. meu corpo doi como nunca antes, eu preciso ir. 

Meu.. Meu braço tá doendo. Ah.., provavelmente vou estar sozinho lá.. eu preferiria continuar estudando em casa .. se pelo menos a Minas não achasse que eu “ trai” ela.

 

Não foi minha culpa , não foi? eu não podia controlar se eles fizessem isso .. de qualquer jeito , eu fiz o certo.. sim , eu fiz o certo. Eu contei pra ela e ela quebrou meu BRAÇO!—

 

Huh? 

 

Algo bateu na minha janela e ouvi algo caindo na minha cama. Será que algum passarinho esbarrou na janela..? 

 

— Você tem problema, Ryan. Meu Deus!— Eu ouvi uma voz feminina gritando isso. 

 

Que coisa estranha.. ah deve ser adolescente. Filhos da puta, provavelmente jogaram uma pedra na minha janela. Me levanto e calço meus chinelos, lentamente abro a janela buscando identificar quem foi.

 

Lá eu vejo uma menina e um menino baixinho. Eu não me importava com caras, muito menos com quem eram esses capetas. Uma das meninas era baixinha, tinha um cabelo ruivo enorme e só usava o uniforme todo em roxo-claro. O menino era igualzinho a ela, só que usava um uniforme masculino e em azul-claro — e também parecia ser uma peste, provavelmente ele devia ser o palhaço da sala. Ele estava rindo tanto com isso, e ainda quebrou a minha janela. Talvez ele seja o Ryan que uma das meninas falou. 

 

Ele e a menina estavam encarando a minha janela, tenho certeza de que ainda não me viram. Mas eu não ligo, eu vou aparecer lá.

No momento em que eu encostei na quina da janela, a ruiva quase se assustou. Minha cara de morte estava tão ruim assim?! Mas logo logo se acalmou. A sua expressão de nojo mostrava bastante como ela reagia à minha pessoa. Mas a reação dele não foi tão diferente assim, quando me viu me encarou mortalmente— será que ele viu algo.. não deve ser merda nenhuma, só esses adolescentes sendo problemáticos (igual eu).

Pois então, encarei-os com a mesma cara de desgosto que fizeram para mim até perceber uma terceira menina que parecia congelada ao ver meu rosto. Ela era alta, preta, assim como os outros tinha pintado seu uniforme num vermelho vinho, um cabelo cacheado mediano e...

Minas?! Que que você tá fazendo aí? Quem são eles? Isso foi de propósito por acaso?!

Não, não, não! Era ela mesma. Impossível não reconhecer a sua melhor amiga. Quer dizer, EX-melhor amiga... agora você tá com outros amiguinhos mais LEGAIS, RICOS, BONITOS, ESTÁVEIS e PADRÕES do que EU.

Ela, quando olhou minha cara, chamou baixinho a outra menina e a puxou rapidamente para longe daqui. Fugindo de mim, como sempre. Ela me abandonou. Eu só queria te proteger... Eu ainda não acredito que ela pode me trocar por eles. Não como se EU me importasse, mas eu também não iria me querer como melhor amigo.

— Vicente! Tu quebrou a janela?! — Eu só ouvi o grito da minha mãe.

— Não fui eu!

— Então quem foi? A Milena por algum acaso?! Porque ela te odeia TANTO assim...

A ironia na voz dela era visível e era algo que me irritava.

— Exatamente! Ela e dois filhos da pu-

— EU VOU ESFREGAR TUA BOCA NO ASFALTO, JOÃO VICENTE! PORRA! Onde já se viu um MIÚDO XINGANDO?

E lá vai ela dar uma palestra pro meu pai falando que vai me matar, que a Minas é um anjo e eu sou um capeta com problema na cabeça. E claro, que tudo isso é culpa dele — como se a cada cinco palavras essa mulher não julgasse e xingasse tudo que respira perto dela.

Com essa gritaria, eu só ouvi risadas e o menino me chamando de viado. Incrível como eles correram iguais a uns cachorros. Covardes. O único viado daqui é o que diz, e inclusive, com aquele jeito feminino dele, deve ser é "pá" caramba.

E mais, eu tenho certeza que a Minas Gerais é outra também, desgraçada.

— E ela é uma ótima menina! E aproveitando que você tá vivo, mesmo tendo essa cara de CADÁVER !, vai se arrumar pra ir pra ESCOLA!! — Ela gritou tanto, talvez porque seria a terceira vez que ela iria falar que era para me arrumar, o que eu realmente fiz. Afinal, não é hoje que eu quero tomar umas porradas na cabeça.

Não vou falar como me troquei, eu hein! Nem eu gosto do meu próprio corpo e também não sou obrigado !